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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

É urgente uma liturgia séria, simples e bela - “O lugar da Liturgia na Nova Evangelização”, segundo reflexão de D. José Cordeiro, Bispo de Bragança-Miranda

 Para que o “Evangelho se torne visível, é necessário que a liturgia se exprima tanto nas categorias da beleza como nas da verdade”, disse D. José Cordeiro, Bispo da diocese de Bragança-Miranda, na abertura das jornadas de teologia, promovidas pela Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, realizadas no Porto, na semana passada. A conferência, subordinada ao tema “O lugar da Liturgia na Nova Evangelização”, foi também apresentada ao clero da diocese de Vila Real, no passado dia 9.
Segundo D. José Cordeiro, no entanto, e “infelizmente”, “em muitos lugares a liturgia reduz-se a uma proclamação de textos e execução técnica de gestos, sem cantos, sem uma linguagem verbal e não verbal que manifeste o mistério e a arte de bem celebrar”. Por esse motivo, o Bispo de Bragança-Miranda considera “urgente, uma liturgia séria, simples, bela, que seja experiência do mistério, permanecendo, ao mesmo tempo, inteligível, capaz de narrar a perene aliança de Deus com os homens”. Por outro lado, “para proclamar de modo fecundo a Palavra do Evangelho, exige-se sobretudo que se viva uma profunda experiência de Deus”.
D. José começou por dizer que todas as pessoas têm o direito de ser evangelizadas e que a Igreja existe para evangelizar. No entanto, ninguém deve esquecer que “o primeiro e supremo Evangelizador é Jesus Cristo. Ele é o sujeito e não apenas o objecto da missão da Igreja; Ele é o fundamento e não apenas o fundador da Liturgia da Igreja”. Ao citar as palavras de Cristo «fazei isto em memória de Mim» e «ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações e baptizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo», o Bispo diocesano fez compreensível a intrínseca ligação entre o mandato litúrgico e missionário. Após abordar várias definições históricas da palavra “liturgia”, D. José Cordeiro definiu-a como a “acção da Igreja em que se torna presente Cristo, isto é, a acção salvífica de Cristo na Igreja, assumindo a fisionomia de acção ritual.
O centro da Liturgia é a Páscoa de Cristo, o fulcro de toda a história da salvação, ou melhor, o mistério de Cristo como história da salvação”. Deste modo, sublinhou, “não se entende por liturgia, a parte exterior do culto ou o cerimonial religioso, mas a celebração da fé, isto é, o exercício do sacerdócio de Cristo e o culto público integral”. Sobre a necessidade de uma nova evangelização, D. José citou Armando Matteo, no seu livro A primeira geração incrédula, quando afirma que não estamos mais perante um ateísmo clássico – que nega Deus – mas diante de “uma geração que está a aprender a viver sem Deus e sem a Igreja”. Neste contexto, são necessários novos evangelizadores, para essa nova evangelização de uma sociedade que está a aprender a viver sem Deus, uma Europa que vive uma crise de fé. Esses novos evangelizadores que, tendo sempre no centro Jesus Cristo, devem conhecer os novos meios de comunicação da verdade salvítica imutável e as novas linguagens para a transmitir.
“O grande objectivo da reforma litúrgica operada pelo Concílio, não é tanto uma mudança de ritos e textos, mas sim suscitar a formação dos fiéis e promover a acção pastoral que tenha como vértice e fonte a Liturgia”, explicou D. José, mais à frente. Além de não “descurar a teologia da história”, depois “da nefasta época dos impérios totalitários do século XX”, que se traduz na necessidade de reencontrar um olhar abrangente sobre o mundo e o tempo, um olhar verdadeiramente livre e pacífico, D. José Cordeiro defendeu que a Nova Evangelização deve valorizar a piedade popular.
“Antes de mais popular não se opõe a elitista, como se a piedade popular se opusesse a Liturgia, vista como não popular. A piedade popular é um conjunto de orações e gestos individuais ou comunitários para exprimirem o louvor e a súplica a Deus, a Cristo, ao Espírito, à Virgem, aos santos”, explicou. Para concluir que é a liturgia se deve exprimir tanto nas categorias da beleza como nas da verdade, o Bispo de Bragança-Miranda referiu que “cada missionário do Evangelho deve ter sempre presente esta verdade: é o Senhor que sensibiliza os corações com a sua Palavra e com o seu Espírito, chamando as pessoas à fé e à comunhão na Igreja. Há necessidade dum cristianismo que se destaque principalmente pela arte da oração e consequentemente pela arte da celebração”.

Ana Preto
in:mdb.pt

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