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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Fotógrafo brigantino Pedro Rego viajou até ao Árctico para fazer documentário sobre alterações climáticas

O fotógrafo brigantino Pedro Rego concretizou o sonho de participar numa expedição à região do Árctico. O projecto “Pólo Norte - o degelo final” conseguiu, através de uma campanha de crowdfunding, angariar mais de 3 mil euros.
O objectivo era ir às proximidades do Pólo Norte fotografar e filmar animais e paisagens deste ponto do planeta, de forma a sensibilizar a população para as consequências do aquecimento global.
A aventura, que decorreu no passado mês de Junho, era para durar 14 dias, mas, devido a uma avaria no motor do barco, acabou por durar 20.

Em entrevista ao Jornal Nordeste e à Rádio Brigantia, Pedro Rego, revela que além dessa avaria, que implicou uma mudança de planos, houve outro episódio que o marcou, mas desta vez pela positiva, a altura em que esteve perto de um urso polar.

“Tive dois episódios que me marcaram: um foi muito negativo, o outro foi muito positivo. O episódio negativo levou a que mudássemos os planos todos da expedição. Foram dos piores dias da minha vida. No segundo dia de expedição, estávamos de barco em direcção a uma zona de mar gelado, onde estava um urso polar. Estávamos a fazer uma aproximação ao gelo para o poder fotografar e, de repente, o motor do barco partiu. A nossa sorte foi que o barco já estava em velocidade muito reduzida e, quando chegou ao gelo mais duro, não fez estragos no barco e não houve perigo de maior. Quando o capitão nos transmitiu que havia essa avaria no barco, disse-nos que a expedição estava cancelada e tínhamos que regressar a terra e ser rebocados, o que fazia com que todo o trabalho caísse por terra. Mas, felizmente, conseguiu-se resolver. Fomos rebocados pela marinha norueguesa.

O aspecto mais positivo foi a primeira vez que estive perto de um urso polar. Foi algo verdadeiramente emocionante. Para pessoas que se interessam pela vida selvagem e animal, é um momento extremamente marcante. Consegui ficar a cerca de 30 ou 40 metros do urso. Foi um momento bastante emocionante, foi uma descarga de adrenalina e um momento que vai ficar para a vida”, referiu

O vento gelado e a excessiva claridade também marcaram a expedição do jovem amante de natureza e vida selvagem.

“O vento gelado que se faz sentir. Apesar de ser Verão, é um Verão frio. O vento era terrível, daquele que “corta tudo”, como se diz na gíria transmontana. O segundo foi o sol e a claridade. Nesta altura do ano, entre, sensivelmente Junho e Setembro, o sol não se põe. É o chamado sol da meia-noite e era muito estranho para nós deitarmo-nos para lá da meia-noite e o sol estar alto e a claridade no seu máximo. O corpo também se ressentiu porque as horas de sono não iam além das quatro horas, no máximo, às vezes só duas e só porque o corpo era vencido pelo cansaço, porque, de facto, aquela claridade era estranha para mim”, afirmou.

Mas a verdadeira conclusão que Pedro tira desta aventura é que as alterações climáticas estão mesmo a fazer-se sentir. Algo que constatou com os próprios olhos, quando não encontrou gelo onde era suposto encontrar.

“Tivemos que navegar muito mais para Norte para conseguirmos chegar ao mar congelado. Tivemos que passar o paralelo 81, fomos perto do paralelo 82, isto já bastante perto da zona que é considerada o Pólo Norte. Foi uma desilusão começar a ir para a zona do círculo polar Árctico, onde o mar deveria estar congelado, e não haver pingo de gelo. Consegui verificar os meus próprios olhos, que, de facto, as mudanças no Árctico estão a acontecer de uma forma muito drástica”, frisou.

Pedro Rego
Além de fotografias e um documentário em vídeo, o fotógrafo quer também preparar um livro e uma exposição com o material recolhido.

Pode ler a entrevista a Pedro Rego na edição desta semana do Jornal Nordeste e ouvir na íntegra, aqui na Brigantia, hoje, depois das notícias das 5 da tarde. 

Sara Geraldes
Escrito por Brigantia

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