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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Francisco da Fonseca Henriques

Conhecido pelo apelido de Doutor Mirandela, por haver nascido nesta vila a 6 de Outubro de 1665. Filho de Gabriel Pereira e de D. Grácia Mendes. Era doutor em medicina pela Universidade de Coimbra e foi médico de el-rei D. João V.
Faleceu em Lisboa a 17 de Abril de 1731.

Escreveu:
Tratado único do uso e administração do azougue, nos casos em que é proibido. Lisboa, 1708.Vem incorporado também na seguinte: Medicina Lusitana – Socorro Délfico aos clamores da natureza humana para total profligação de seus males. Dividido em três partes, etc. Amsterdão, 1710. A segunda edição, mais correcta e aumentada, fez-se também em Amesterdão em 1731. Fol. de XXVIII-851 págs. e traz no fim a Dissertação dos humores naturais do corpo humano. Parece haver ainda outra edição impressa no Porto em 1750.
Âncora medicinal para conservar a vida com saúde, etc. Lisboa, 1721, 8.°.
Outra edição em Lisboa, 1731, 4.°, e ainda uma terceira na mesma cidade e ano em 8.° de XVI-536 págs. Inocêncio Francisco da Silva diz que esta obra está hoje esquecida e que tem pouco valor. É certo que a ciência tem progredido muito desde que o autor a escreveu, o que não obsta a que o consideremos como homem notável e distinto no seu tempo. José de Arriaga fala elogiosamente deste médico e da sua obra, exprimindo-se assim: «O celebre medico de D. João V, Francisco da Fonseca Henriques, foi o unico dos antigos, bem como o doutor Antonio Ribeiro Sanchez que deixou trabalhos sobre hygiene que mereçam menção».
Aquilégio medicinal, em que se dá notícia das águas de caldas, de fontes, rios, poços e cisternas do reino de Portugal e dos Algarves... dignos de particular memória. Lisboa, 1726. 8.° de XIV-288 págs. Esta obra é ainda hoje estimada e procurada, diz Inocêncio, e todos os seus escritos são reputados clássicos em linguagem, principalmente nas vozes facultativas da ciência.
Foi Francisco Henriques, no seu tempo, um médico muito distinto e erudito e mereceu grande estimação dos contemporâneos, sendo ainda hoje respeitada a sua memória.
A propósito da Medicina Lusitana de Francisco Henriques escreveu Arnaldo Gama, em nota que se lê num dos seus romances históricos: «Este é um dos especimens mais curiosos que nos legou o seculo passado, do estado em que se achava a medicina em Portugal, antes da reforma da Universidade de Coimbra. É um composto extravagante de absurdos e abusoes plebeas, e ao mesmo tempo dos mais adeantados conhecimentos anatomicos e pathologicos, que a época possuia.
Fonseca Henriques era medico de D. João V. E por isso de crêr que fosse um dos mais abalizados medicos de Lisboa. Pelo seu livro pode portanto fazer-se ideia exacta do estado em que a medicina estava então entre nós.
Para o apreciar basta saber que o medico de el-rei trata com a maior seriedade do quebranto ou mal de olhada, das febres frias, e da razão porque os filhos uns são mais humilhantes aos paes outros ás mães; explica o motivo porque algumas mulheres põem ovos e os chocam como gallinhas; prova que ha mulheres que teem trinta e mais filhos d’um ventre; discorre sobre os Sciopedes, que são homens d’uma só perna, com tão grande pé, que lhes faz sombra a todo o corpo; dá a razão porque as mãos da rapoza penduradas ao pescoço preservam do quebranto; explica a relação que há entre os rins do homem e o signo de leão, e entre as tibias e o signo aquario, e ensina até os remedios para tirar dentes sem dôr. O compridissimo receituario para este fim termina da maneira seguinte: A agua de sal ammoniaco, destillada por alambique de vidro faz cahir os dentes sem nenhuma dôr; a mesma virtude tem o coral vermelho feito em pó e mettido na cavidade do dente; e o dente de um defuncto que morresse de pura velhice, sem doença alguma, tocando com elle o dente que se quer tirar, porque o faz cahir sem violencia, como escreveu Hortemanio e Curvo».
O Sumário da Biblioteca Lusitana ainda menciona como deste autor as seguintes obras:
Pleuricologia. Lisboa, 1701; 4.°
Apiarium Medico-Chymicum, etc. Amsterdão, 1711; 8.°
Método de curar o morbogálico, etc. Lisboa, 1715; folh.
Ilustrissimo Principi D. D. Tomé de Almeida Panegyris. Ulyssip, 1717; 8.°
António de Paiva e Pona, no «Prólogo» da sua Orfanologia Prática, chama a este escritor «insigne medico transmontano».

Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança

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