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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

João Hortelão

Ou da Horta, como lhe chama O Ano Histórico. Natural de Valverde, concelho de Alfândega da Fé. Morto seu pai em Ledesma, serviu na sua juventude de pastor de gado, na respectiva terra natal, e a fim de ouvir missa, de que era grandemente devoto, passava em barca o rio Sabor, indo assim a ela à igreja de Zacarias, tendo para isso de deixar o gado só no campo; e como o amo não gostasse, por temer algum dano dos lobos, pediu ao barqueiro que não o passasse, como fez na primeira ocasião que se lhe apresentou.
Vendo isto, o servo de Deus, confiado na omnipotência divina, estendeu a sua capa sobre o rio, dando-lhe assim passagem para a outra banda.
Maravilhados – amo e barqueiro – com tal facto, não mais tolheram tal devoção, segundo diz a lenda.
Professou depois no convento franciscano de Santa Marina, junto ao Douro, perto da Lagoaça, concelho de Freixo de Espada à Cinta, mas no termo de Espanha, mudando o nome de Pascoal, que até ali usara, no de João Hortelão, apelido (ao que parece) do ministério que sempre exerceu.
Diz a lenda que, como frade, deixava os pássaros fechados para que lhe não danificassem a horta enquanto ia assistir às missas, e depois, quando vinha, os soltava, mandando-os ir ganhar a vida.
Do convento de Santa Marina passou para o de Salamanca, onde granjeou esmolas com que mandou edificar a igreja da Anunciada na sua pátria, que é ainda hoje a matriz da freguesia, onde se conserva uma formosa cruz de prata, dádiva sua.
João Hortelão era de notável penitência, constante na oração, sendo visto muitas vezes em êxtase; gozou de ciência infusa e espírito profético, e com fama de santidade faleceu no convento de Salamanca, onde jaz, a 11 de Janeiro de 1499, e não 1500 ou 1501 como se lê nas crónicas, conforme se evidencia do seu epitáfio que diz:

Aqui jaze el padre de sancta memoria
F. João Hortelano, el qual
perseveró en esta religion, y casa
con sancto exemplo de vida, mas
de quarenta años. Fallecio en el
año 1499

Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança

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