O projecto de minas de urânio de Retortillo, na província de Salamanca, foi suspenso por dois meses. A unidade de reprocessamento de urânio está prevista para junto da fronteira com Portugal, a apenas 30 km de Almeida, no distrito da Guarda, mas prevê-se que possa ser consequências ambientais negativas na bacia hidrográfica do rio Douro.
A presidente da câmara municipal de Freixo de Espada à Cinta, Maria do Céu Quintas, mostrou satisfação com a decisão mas considera que o projecto devia ser abandonado definitivamente.
“Acho bem que tivesse sido suspenso, fiquei muito satisfeita quando soube que o projecto tinha sido cancelado e esperemos que fique por aí”, referiu.
A comissão territorial de ambiente da junta de Castilla e León paralisou o projecto promovido pela empresa Berkeley para abrir uma mina a céu aberto na província de Salamanca durante dois meses.
Ao analisar o processo de autorização para uso excepcional do solo rústico para as minas de urânio, a comissão territorial de ambiente concluiu faltar informação do Ajuntamento de Retortillo sobre a consideração de interesse público do projecto e um conjunto de requisitos sobre as alegações apresentadas no projecto.
Miguel Martins, dirigente nacional da comissão executiva do partido ecologista “Os Verdes”, considera que esta suspensão não pode deixar os portugueses descansados.
“É uma suspensão e como tal os verdes não estão descansados relativamente a esta questão, apesar de considerarmos que é positiva porque vem ao encontro que devia ter sido o estudo aprofundado do que serão os impactos”, refere
O partido ecologista “Os Verdes” estranha ainda que não tenha sido pedido um parecer ao governo português e aos municípios fronteiriços.
Os verdes perguntaram novamente ao Governo português sobre se já obteve por parte do Governo de Espanha informação sobre os efeitos transfronteiriços do projecto de Exploração de Urânio em Retortillo-Santidad e querem ainda saber quando prevê o Governo desencadear um procedimento de participação pública em Portugal, para que os portugueses e em particular as populações transfronteiriças e seus representantes, possam expressar as suas preocupações, e que estas sejam tidas em conta pelo Governo de Espanha na autorização de construção da instalação.
Escrito por Brigantia
Olga Telo Cordeiro
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