Para o vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, Ricardo Magalhães, perante condições que climáticas que podem ser menos favoráveis e uma tendência de perda de população, torna-se necessário definir uma estratégia de desenvolvimento que inclua os agentes locais:
“É preciso definir uma estratégia mas não é uma estratégia para amanhã. É a médio e longo prazo, definir um rumo para estas áreas esse é um trabalho que nomeadamente as autarquias do Douro por quem passa esse trabalho de estratégia. Depois há instituições que apoiam essa definição estratégica, onde é preciso envolver os principais agentes.”
Precisamente a vinha foi uma das culturas afectadas pela seca deste ano. O director regional e Agricultura do Norte, Manuel Cardoso, diz que ainda não estão quantificadas as perdas nesse e noutros sectores, mas que a perda de qualidade, na azeitona e na amêndoa, foi efectiva por causa da falta de água.
“Um pouco de todas as culturas típicas da região estão a ser afectadas. Aquelas que têm mais expressão, sob o ponto de vista da importância económica, são o azeite, a castanha e o vinho. Foi um ano em que na região de Trás-os-Montes tivemos menos vinho do que é costume, embora seja um ano de muito boa qualidade. Não temos uma avaliação numérica das perdas, temos só qualitativa. De facto estamos num ano sui generis em termos de seca, só comparado com o ano de 1944/1945 em que temos culturas fortemente prejudicadas”, explicou.
Por isso o director regional de agricultura e pescas do Norte defende uma aposta no regadio, que será necessário mesmo em anos sem seca para aumentar a produtividade, dando como exemplo o Alentejo que ultrapassou a região transmontana em culturas como o azeite ou a amêndoa.
“Nós temos olival de sequeiro, no Alentejo têm olival de regadio. Com o amendoal acontece o mesmo. Isso faz com que a produtividade em termos de produtividade por hectare não seja comparável, é muito superior no Alentejo. Em Olivais onde iriamos colher uma tonelada ou duas de azeitona por hectare no Alentejo comem-se 11, 12 e 13 toneladas.”
O seminário “Desertificação, despovoamento, o futuro da agricultura em contexto de alterações climáticas” à procura de respostas para dois dos problemas que mais afectam a região.
Escrito por Brigantia
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