O Presidente da Câmara Municipal de Bragança, Hernâni Dias, considera que tem havido uma falta de consideração e respeito pelo Distrito de Bragança e pelos seus habitantes, por parte do Secretário de Estado da Mobilidade, nomeado pelo Primeiro Ministro para Coordenador do combate à pandemia na Região Norte, não se mostrando disponível, até ao momento, para reunião com a Comissão Distrital de Proteção Civil.
Segundo o edil, “No dia 30 de março, o Primeiro-Ministro, António Costa, anunciou ser prioritário avançar com a testagem de todos os utentes e trabalhadores dos lares, por se tratar de uma comunidade de risco. Um dado confirmado pelo número de óbitos nestes equipamentos que é cerca de um terço do total de mortes por COVID-19 no País”.
Hernâni Dias continua no mesmo tom de insatisfação “Passados 15 dias, foram testados, nos lares do distrito de Bragança, cerca de 1.000 pessoas (utentes e trabalhadores). Um número muito aquém do desejável, já que se continua a assistir, diariamente, a um aumento do número de infetados nestas estruturas residenciais.
“Já no passado dia 9 de abril, foi assinado um protocolo entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o Ministério do Trabalho e Solidariedade, o Instituto Politécnico de Bragança (IPB) e a Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSNE), por forma a, de imediato, aumentar a capacidade de realização de testes no distrito de Bragança. Facto que ainda não aconteceu, uma vez que, até ao momento, não foi efetuado qualquer teste, sem responsabilidades da parte do IPB, pois, segundo informações, tem tudo preparado para dar cumprimento ao Protocolo.
Assim sendo, no dia 16 de abril, na qualidade de membro da Comissão Distrital de Proteção Civil, o Presidente da Câmara Municipal de Bragança solicitou ao Presidente da Câmara Municipal de Mogadouro e presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil reunião de urgência daquela Comissão, via teleconferência, requerendo a presença do Presidente do Conselho de Administração da ULSNE e do Secretário de Estado da Mobilidade, nomeado pelo Primeiro-Ministro para Coordenador do combate à pandemia na Região Norte, para discussão de proposta apresentada pelo Presidente da Câmara Municipal de Bragança.
O Senhor Presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil convocou, de imediato, para as 10:00 horas do dia seguinte (17 de abril), os membros da Comissão para discussão da proposta, tendo faltado, apenas, o Secretário de Estado e o Presidente do Conselho de Administração da ULSNE, ambos por razões de agenda.
Nessa mesma reunião, verificando-se a impossibilidade da presença dos dois responsáveis referidos, o Presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil reagendou a reunião para o dia imediatamente a seguir (18 de abril), pelas 10:30 horas, tendo obtido confirmação, no momento, da presença do Secretário de Estado.
Nesse mesmo dia, pelas 15:59 horas, o Presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil informou, via e-mail, de que não seria possível realizar a reunião no dia 18 de abril, novamente por dificuldade de agenda do Secretário de Estado e que este indicaria data e hora para novo reagendamento.
Até ao momento, 21:00 horas, do dia 19 de abril, ainda não houve qualquer indicação da data e hora da reunião.”
O Presidente da Câmara termina o seu comunicado não poupando nas palavras “Assim sendo, é válido questionar como é que, vivendo um momento tão crítico e tão duro para a nossa vida enquanto sociedade, como é possível que, ao fim de quatro dias, o Secretário de Estado não tenha agenda para uma reunião com o Distrito de Bragança? O que se pode esperar desta coordenação nomeada pelo Primeiro-Ministro?
Condenamos veementemente esta atitude, que revela não só falta de respeito institucional, mas, também, desprezo pelos cidadãos do Distrito de Bragança que, nesta fase crítica, precisam de toda a ajuda possível, sem hesitações ou indefinições.”
Foto: AP
Sem comentários:
Enviar um comentário