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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 2 de abril de 2020

Solar Bragançano: A nobreza do trato

Comida feita em potes de ferro, à lareira, como numa casa de família transmontana. A opinião do crítico gastronómico da VISÃO Se7e, Manuel Gonçalves da Silva, sobre o restaurante Solar Bragançano, em Bragança.
Lucília Monteiro
Bem localizado, em pleno centro de Bragança, diante da Sé, o restaurante Solar Bragançano tem instalações muito acolhedoras no primeiro andar de uma casa solarenga (sem brasão, provavelmente fidalga): salinha à entrada com biblioteca, duas salas de refeições muito agradáveis, mesas bem postas com toalhas de algodão (às vezes são de linho bordado) e louças da Vista Alegre, lareira, forno a lenha, jardim e ambiente familiar. Igualmente familiares são os sabores da comida feita pelas mãos hábeis e delicadas – como a voz e os gestos – de Ana Maria Baptista, que deixou de ser professora para dar lições de cozinha. As receitas “são coisas de família”, diz Ana Maria. E como a família era de caçadores, cozinhava-se a caça em potes de ferro, à lareira, ou grelhavam-se carnes de vitela mirandesa e de cabrito ou alheiras normais e de caça.
Lucília Monteiro
Tudo isto se faz no Solar Bragançano com produtos de grande qualidade. A refeição pode começar com uma sopa de castanhas (creme aveludado e gostoso), um caldo de galinha (que é de aves), uma salada de perdiz ou outro petisco que não consta da ementa, como a empada de caça (de perdiz, de javali ou de veado), a alheira, o chouriço e o salpicão. Depois, impõe-se a caça, que é cozinhada no pote de barro: arroz de lebre malandrinho em modo de cabidela; veado à Dom Teodósio, que é marinado em vinho do Porto e fica muito macio e saboroso; perdiz com uvas e frutos silvestres, ex-libris da casa que devia ser de conhecimento obrigatório; coelho à Monsenhor, com castanhas e cogumelos; faisão com castanhas; javali com batatas e legumes ou com puré de maçã. São estufados magistrais. Os grelhados também são muito bons, em especial a posta de vitela mirandesa e o cabrito do Montesinho, ambos com arroz, batatas a murro e salada (verão) ou legumes (inverno), e a alheira normal ou de caça com grelos, batatas louras e castanhas. Há sempre peixe fresco para grelhar e bom bacalhau frito com cebolada e uma guarnição original de batatas, grão-de-bico e legumes. 
Lucília Monteiro
Excelente doçaria da casa, como o creme de abóbora dourada, a sopa de cerejas, o pudim Abade de Baçal (similar ao Abade de Priscos, mas feito com presunto em vez do toucinho), o bolo de chocolate (muito cremoso) e o leite-creme. Garrafeira selecionada por Desidério Rodrigues, dono da casa, com um bom vinho do Douro a copo.

Manuel Gonçalves da Silva

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