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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 11 de junho de 2021

Falta de mão-de-obra preocupa produtores de cereja. Fomos saber como corre a campanha em Lamas e Bornes

 A campanha da cereja já leva bom andamento e apesar de a chuva ainda ter ameaçado a produção deste ano, o fruto tem qualidade. No entanto, a falta de mão-de-obra continua a ser um problema.


Na aldeia de Lamas, no concelho de Macedo de Cavaleiros, são produzidas entre 400 a 500 toneladas de cereja por ano, vendida para o mercado nacional e internacional.

As encomendas são avultadas e até já superam a capacidade produtiva, quem o diz o Paulo Pires, representante da Associação de Produtores de Cereja da freguesia:

“Temos cereja de muito boa qualidade, toda ela com calibres muito bons.

Toda a cereja tem muito boa aceitação no mercado, há muitas mais encomendas até do que cereja para exportar, apesar de termos muita quantidade.

Vendemos para Portugal e para o estrangeiro, mas a maioria neste momento é levada para o Porto.”

No entanto, uma das principais preocupações tem sido a falta de mão-de-obra e Paulo Pires teme mesmo que dentro de 10 anos possa já não haver quem esteja disponível para esse trabalho:

“Cada vez mais escassa e difícil. A verdade é que é uma das nossas principais preocupações, não só pelo facto de ser difícil angariar mão-de-obra, mas também devido à idade das pessoas que neste momento estão predispostas a trabalhar na agricultura, o que é preocupante.

Se as coisas se mantiverem assim, daqui a 10 anos não há ninguém que o faça.

Acho que é uma situação que terá de ser invertida, obrigatoriamente.

Nós ainda não recorremos a mão-de-obra estrangeira.”

António Vila-Franca é um dos produtores de cereja de Lamas, e apesar de apontar para um ano de boa produção, confessa que tem tido a mesma dificuldade:

“A qualidade começou mal por causa da chuva, agora está melhor, qcho que até temos mais cereja, mas os preços não têm nada a ver com o ano passado.

Quanto à mão-de-obra, está cada vez pior. 

Se pagam para as pessoas não trabalharem, muito fazem alguns que ainda vão. Tem sido dos maiores problemas que temos tido nesta altura e é por isso que depois as pessoas saturam-se e abandonam.”

Outra das aldeias que produz muita cereja no concelho de Macedo de Cavaleiros é Bornes.

Luciano Silva produz em média 50 toneladas de cereja por ano que vende maioritariamente para mercados do Porto, Braga, Lisboa e Guimarães.

Contrariando a tendência, é em tempo de pandemia que que tem vendido mais cerejas, o que dificulta é mesmo a falta de gente para a colheita:

“Estes dois últimos anos de pandemia têm sido os melhores anos para a cereja desde sempre.

Tenho mais quantidade que o ano passado, depois houve aqui um problema com a chuva que fez com que rachasse um pouco, mas tenho tido bastante quantidade e bastante qualidade também.

A mão-de-obra é que é difícil. Precisava de 15/16 mulheres e trazia nove.”

Na mesma freguesia encontramos Filipe Quintela, que embora tenha uma produção mais pequena, também tem sentido os efeitos da falta de mão-de-obra.

No entanto, para este produtor, que teve uma quebra de cerca de 50% na produção deste ano, a diminuição das feiras e mercados, devido à pandemia, tem sido um entrave:

“Tivemos esse entrave. Não houve a feira em Bornes, que é pequena mas boa porque vem pessoal de fora.

Este ano também queria ter ido para Alfândega da Fé mas como não soube logo se iria haver feira ou não, já não se proporcionou. Estou a ponderar ir no próximo ano.”

E numa coisa estes produtores estão de acordo: a cereja do concelho seria mais valorizada se fosse vendida como um todo, através da criação de uma marca, por exemplo:

“Já pensei que deveria ser criada uma marca para Macedo de Cavaleiros. Eu tenho muita cereja, em Lamas também se produz muita, e ajudava muito a escoar o produto.”

“Eu sou da opinião que a câmara de Macedo deveria cria uma cooperativa para a cereja, uma vez que já há bastante quantidade em Bornes e Lamas.

Acho que isso iria ajudar os pequenos produtores todos a escoar e a valorizar o produto.

Então se para lá da marca a cereja fosse certificada, iria ser um grande patamar que subiríamos, seria mesmo o topo do topo.”

“Era uma mais-valia mas o povo português não vai muito de associativismo, o que é pena.”

Em Lamas há pelo menos três anos que decorre um processo que pretende certificar a cereja como de Denominação de Origem Protegida mas, de momento, ainda não novidades nesse sentido.

Escrito por ONDA LIVRE

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