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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 6 de junho de 2022

Contra(fac)tos

 Sinceramente, que todos me desculpem mas estou farto do tema guerra, porque estou também farto de tanta hipocrisia. Detesto quando os media só falam do que está na moda, principalmente de assuntos e de temas, que deveriam ser sempre uma  prioridade nas nossas preocupações, desde a nossa existência. Porque será que os meios de comunicação  se lembram de repente, de falar daquilo que sempre existiu? Porque será que certos comentadores  da nossa urbe, se lembram de falar todos ao mesmo tempo, uns a favor e outros contra, sobre a Guerra quando muitos dos que agora opinam, nem sequer concordam que todas as guerras são actos desumanos, dependendo da situação geográfica de onde partem para lhes conferirem legitimidade. 
Tenho sessenta e três anos e nunca vivi um dia da minha existência sem conflitos armados entre os homens. O facto de a guerra existir permanentemente já é uma humilhação, mas querer desconhecer a sua ilegitimidade, a torna muito maior.. Mas como se pode estar tão preocupado de um momento para o outro sobre um flagelo que sempre existiu com tão graves  consequências?
Sendo indesmentível que a solidariedade é um ato de nobreza e dignidade,  para com pessoas que precisam,  por acaso sabem quantas crianças, e estou a falar apenas de crianças, morrem de fome  em todo o mundo? Segundo a ONG, organização não governamental, SALVEM AS CRIANÇA, cinco crianças morrem em cada minuto que passa por falta de nutrição, isto é, à fome. Estas crianças para serem salvas não precisam de uma casa, nem sequer precisam de subsídios dos governos. Para estas crianças serem salvas bastariam as sobras do jantar de cada um de nós, que diariamente vão para os contentores do lixo, melhor falando bastaria que cada um não estragasse aquilo que faria falta a essas crianças para sobreviverem. O despesismo inútil, principalmente em alimentos que nunca chegamos a consumir, seria suficiente para solucionar o problema humanitário mais grave à face da terra. Essas crianças não vivem maioritariamente na Ucrânia, longe disso.
Afinal onde está essa solidariedade, a mesma que agora procuram por com tanta evidência, com o tema da guerra? Só tenho uma resposta. Os políticos para além de gostarem de ignorar uma solução para os conflitos, ou os tentarem evitar, gostam de manusear as opiniões, ocultar contratos de bastidores e falar sobre aquilo que está na moda e infelizmente o que está na moda é falar da guerra. Os políticos gostam de se mostrar e que estão dispostos a estar solidários, mas aquilo que mais gostam de verdade, é de mostrar nos seus rostos um slogan garrafal na testa a dizer EU AJUDEI, com direito a assinatura reconhecida pelo notário, enquanto que as cinco crianças que morrem por minuto à fome terão que esperar pela vez delas para serem assunto de moda e só assim  poderem ser salvas.
Por favor se querem ajudar e podem, ajudem, mas sem qualquer tipo de interesse subterrâneo e não alimentem ainda mais a hipocrisia que por aí vai... Eu sou contra a Guerra e a favor da autodeterminação dos povos... de todos os povos, desde a Palestina ao Afeganistão, passando pelo Tibete e acabando na Ucrânia. Pelo menos este quatro têm um denominador comum, o legitimo direito a se regerem por si próprios que a historia e cultura lhes conferiu. Infelizmente, nem todos aos olhos de muitos. Um exemplo anacrónico à luz do direito internacional.

Eduardo Mesquita

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