Este foi um problema debatido num fórum integrado na Cocktail Week, que juntou especialistas, profissionais e empresários do ramo, no Nerba, em Bragança, no domingo. Para o professor da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, não será possível “fixar profissionais”, se os salários continuarem a ser “médios/baixos”.
“Enquanto pensarmos que estamos a formar empregados de mesa para acartar pratos e que os proprietários dos estabelecimentos pensem que 730 euros, que é agora o vencimento, está bem, estamos mal”, apontou Fernando Brito.
Flávio Gonçalves, proprietário de um restaurante em Bragança, queixa-se de não conseguir contratar profissionais, mesmo com salários de 1500 euros. O empresário considera que se trata de “falta de foco” dos estudantes quando saem da formação.
“Eu acho que todos queremos ser estrelas. É preciso acartar pratos, lavar louça, porque eu também o fiz. O problema é que todos querem ser estrelas e chegar lá cima, mas é preciso fazer o resto. A formação é bonita, mas se quiser alguém para trabalhar numa cozinha não tem, para fazer um cocktail não tem. Tem no litoral, aqui não”, referiu.
A robotização pode ajudar a minimizar esta falta de mão-de-obra. Esta ideia foi defendida por Ângela Leal, CEO da APP SARA, uma aplicação de automação.
“Quando falávamos da questão dos shots a 50 cêntimos, se calhar podíamos ter uma espécie de máquina onde se colocava o cartão de cidadão e saia aquela dose de álcool rentável. Assim a robotização também vai ajudar muito no futuro e nós temos que preparar os profissionais para criarem serviços de excelência e esta parte dos robôs e toda a tecnologia ajudar a padronizar estes trabalhos”, frisou.
A Cocktail Week, que começou no passado dia 28 de Maio e decorre ainda durante esta semana, é uma iniciativa que visa promover a criatividade e diversidade de produção de bebidas, bem como discutir os grandes problemas da hotelaria e da restauração.
Sem comentários:
Enviar um comentário