Projetar a imagem de um território tendo como ponto de partida o maior conhecimento vinculado à cultura da oliveira e do azeite, uma fileira que acaba por ser a base da economia do concelho de Mirandela e de toda a região.
É este o propósito do projeto “Alma do Azeite”, apresentado no passado domingo, e que junta o Município de Mirandela, APPITAD (Associação de Produtores em Proteção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro) e o Instituto Politécnico de Bragança (IPB).
“É uma espécie de continuidade daquilo que foi o projeto Terra Olea num novo conceito, porque a base é projetar a imagem de um território, de um produto do território e de uma fileira que é a do olival e do azeite, promovendo e a imagem lá fora”, conta Francisco Pavão, presidente da APPITAD.
Entre as várias atividades previstas, destaque para “ações de formação sobre a fileira do azeite direcionadas para os jovens estudantes, profissionais da hotelaria restauração e para os proprietários das lojas de produtos regionais”, revela aquele dirigente.
Está ainda prevista a criação de uma carta de azeites, à semelhança do que já acontece com os vinhos. “Será avaliada por um painel de provadores devidamente habilitado, onde todos os produtores podem inscrever-se e se tiverem qualidade naturalmente que será inserido nessa carta até porque o que se pretende é a diversidade de um território único que é Mirandela, sustenta Francisco Pavão.
Para além disso, há ainda a aposta em outras vertentes ligadas ao turismo, à saúde e à cultura, mas sempre com a interligação ao azeite. “Tem de ser potenciado tanto para a componente estética, dermatológica, de saúde, e depois também vamos promover a paisagem da azeitona e da oliveira para concursos de fotografia, ma que podem evoluir para outros como de pintura ou escultura”, adianta Margarida Duque, técnica superior da divisão de Cultura, Turismo e Saúde do Município de Mirandela, acrescentando que o projeto está aberto para acolher contributos válidos da sociedade civil. “Queremos mesmo é que as pessoas nos façam chegar ideias e sugestões, porque essa ideia de que os projetos nascem e estão fechados, balizados, do meu ponto de vista não é o melhor”.
Margarida Duque acredita no sucesso do projeto. “Não é só dar formação por dar, temos de conseguir passar que isto é relevante e que pode fazer a diferença, por isso é que lhe chamamos alma, porque é uma coisa que vem de dentro para fora e que nos pode luminar e seguir em frente”, afirma.
Para já o projeto “Alma do Azeite” terá a duração de um ano sendo depois feito um balanço para aferir da possibilidade de ter continuidade. Não foi revelada a verba que envolve esta iniciativa.
Refira-se que a fileira do olival e do azeite constituem a base da economia local e regional, ocupando direta ou indiretamente, cerca de 90% da população do concelho de Mirandela.
A produção de azeitona no concelho atinge em média cerca de 4 mil toneladas e gera mais de 14 milhões de euros, o que representa aproximadamente 25% de toda a produção da região de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Segundo dados oficiais da Direção regional de Agricultura e Pescas do Norte, entre 2009 e 2019, no concelho de Mirandela, a área ocupada com olival aumentou 20% e o número de explorações também subiu de 3.661 para 4.102, revelando um nítido crescimento económico da olivicultura no concelho.
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