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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 23 de março de 2023

Uma bondade (quase) perfeita

Por: José Mário Leite
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)

Em 2016 o escritor transmontano, Ernesto José Rodrigues editava na Gradiva mais um romance que, com o título “Uma Bondade Perfeita”, haveria de vir a receber, em 2017, o Prémio Narrativa do PEN Clube Português. No último dia de março de 2016, na vetusta livraria Ferin, no Chiado, o autor, como é seu costume, apresentou a obra, na primeira pessoa, onde discorre sobre a dramática história de refugiados entre os quais surge Ágata a quem confere a capacidade de atingir os cimos da bondade citando Séneca: «Sabes o que eu chamo ser bom: ser de uma bondade perfeita, absoluta, tal que nenhuma violência ou imposição nos possa forçar a ser maus.»
A Bondade Perfeita existe, portanto, nas palavras do filósofo romano e na criatividade literária do autor de Torre de Dona Chama mas, em meu entender, modesto, quiçá, realista, não é verificável na prática. Não conheço ninguém que, em concreto, tenha atingido esse estado ideal, embora saiba de várias pessoas que muito dele se aproximam. Pese embora a suspeição que sobre mim caia, por causa dos laços familiares, não posso deixar de incluir nesse pequeno e restrito grupo o, recentemente falecido, padre Joaquim da Assunção Leite, meu tio.
Foi, tanto quanto me recordo e me testemunham tantos quantos com ele conviveram, um homem bom, procurando sê-lo sempre, de forma singular e solidária.
A sua vida ficou marcada pela entrega, de corpo e alma, à missão de contribuir para a melhoria material e espiritual de todas as comunidades por onde passou, desde a remota aldeia da Lousa, Torre de Moncorvo, onde começou a atividade pastoral, passando pelos agrestes campos de guerra, em Angola, pelos bairros desfavorecidos dos arredores de Lisboa, pelo apoio à comunidade lusitana emigrada em Paris, com passagem pela formação espiritual de jovens seminaristas em Bragança e terminando no lugar onde tudo começou, Vila Flor em dedicada atividade pastoral, auxiliando o novo bispo auxiliar de Braga, D. Delfim Gomes.
Na hora da despedida muitos foram os paroquianos que, em última homenagem, vinham testemunhar o seu espírito missionário e de serviço comunitário, lembrando, os mais idosos, o tempo ido de há várias décadas onde igualmente servia quem o procurava, por trás do balcão do comércio do senhor Taninho.

José Mário Leite
, Nasceu na Junqueira da Vilariça, Torre de Moncorvo, estudou em Bragança e no Porto e casou em Brunhoso, Mogadouro.
Colaborador regular de jornais e revistas do nordeste, (Voz do Nordeste, Mensageiro de Bragança, MAS, Nordeste e CEPIHS) publicou Cravo na Boca (Teatro), Pedra Flor (Poesia) e A Morte de Germano Trancoso (Romance), Canto d'Encantos (Contos) tendo sido coautor nas seguintes antologias; Terra de Duas Línguas I e II; 40 Poetas Transmontanos de Hoje; Liderança, Desenvolvimento Empresarial; Gestão de Talentos (a editar brevemente).
Foi Administrador Delegado da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana, vereador na Câmara e Presidente da Assembleia Municipal de Torre de Moncorvo.
Foi vice-presidente da Academia de Letras de Trás-os-Montes.
É Diretor-Adjunto na Fundação Calouste Gulbenkian, Gestor de Ciência e Consultor do Conselho de Administração na Fundação Champalimaud.
É membro da Direção do PEN Clube Português.

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