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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 1 de julho de 2023

" QUE GENIAL!...QUE TALENTO!..."

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

A velha e revelha história do: " Rei Vai Nu", está sempre atual. Foi recontada genialmente por Ramalho, e por outros conhecidos escritores:
Um dia apareceu ao Rei, não sei se era do Oriente ou Ocidente, alfaiate espertalhão, que tinha um tecido precioso. Tão especial, que só os inteligentes podiam ver.
O Rei e os cortesãos não queriam passar por ineptos, e não se cansavam, copiosamente, louvar a fazenda.
Sua Majestade mandou-lhe, então, confecionar vestidura, para deslumbrar a plebe.
Mas certa vez, quando o monarca andava a passear, um rapazinho inocente, vendo o rei em trajos menores, clamou: "O Rei vai Nu!..."
Por encanto, como S. Paulo, em Damasco, caíram as escamas dos olhos, que não deixavam o rei ver a verdade, por estupidez ou vaidade.
Envergonhado, recolheu-se ao palácio e vestiu-se dignamente.
Francisco Rodrigues Lobo, na " Corte na Aldeia", conta caso semelhante:
Foi contactado El-rei D. João III por importante mercador, que lhe disse – que na sua loja tinha tecido precioso, e que lho daria de graça, se lhe desse a honra de o aceitar.
El-rei recebeu o presente e mandou fazer vestimenta. Logo que apareceu em publico, todos correram ao estabelecimento do mercador, em busca de igual fazenda.
O referido pano era um mono, e não havia quem o comprasse.
Quantas vezes não se vê senhores carregados de condecorações ou de elevado grau académico, pasmados diante mamarracho, com a boca e. "Oh!" – " Que maravilha!...Que talento!...Que genial!..."
No íntimo todos sabem que nada vale, mas não têm a coragem de o afirmar, em publico, para não passarem por néscios, perante os "entendidos".
Assim acontece na Literatura, e em tudo. Ninguém quer ser o garotinho que bradou: " O Rei Vai Nu!..."
E não o diz, porque a coletividade pensaria, com soberba: "Como é estúpido!...Ignorante!...Néscio!..."

Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG” e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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