O catálogo foi apresentado este sábado, onde foi discutida a arte como uma forma de aproximar as pessoas, em que é vista como o espelho do mundo e de novas metamorfoses, como explicou Jorge Sobrado, vice-presidente da CCDR Norte para a cultura e património:
A arte contemporânea e a cultura têm o poder de definir as centralidades. De criar novos centros, interesses e novas dinâmicas. E Macedo de Cavaleiros, soube fazê-lo aqui. E esta bienal têm esse poder, de no, fundo converter, um espaço que se poderia considerar periférico e assimétrico, converte-lo num centro de interesses de atração, de públicos, num centro de fluxo, de pessoas, de visitantes, e também de fortalecimento da sua comunidade. Ou seja, de proporcionar à sua comunidade, um confronto do poder do espanto, da leitura do mundo, ou da fuga do mundo. No fundo, a arte contemporânea sendo inútil, tem esses poderes. De ser o espelho do mundo, da alma, metamorfoses do mundo, e a fuga do mundo.
A mostra esteve patente em diversos espaços expositivos em Macedo, mas foi alargada aos municípios vizinhos como Vinhais, Freixo de Espada à Cinta e Alfândega da Fé, contando ainda com obras públicas que foram criadas em aldeias que são banhadas pelo Azibo, com o tema “Agarrar a Água”. No total foram 12 espaços com manifestações artísticas. Este é o símbolo que a “A linha de água” surge como linha unificadora, como refere, Inês Falcão, diretora Artística da II Bienal:
Fisicamente, todas as peças estão incluídas no catálogo. Com aquilo que efetivamente resume a Bienal. Com todas as nossas ações, que realizamos, ao longo destes meses, desde o dia 18 de maio, até 30 de novembro.
Foi uma jornada grande. É uma “linha de água” que faz o percurso e contorna muitos obstáculos, mas finalmente chega ao fim. Eu estou muito feliz, porque finalmente temos o catálogo. Gosto muito dele. E realmente, o Camané, realizou uma obra “fora da caixa”. Este é um momento para nós comemorarmos, para nós nos sentirmos com força para continuar a trabalhar. Nós fazemos isto, pela cidade, por Macedo de Cavaleiros, por todos os munícipes e no fundo, por todas as pessoas que no fundo, apoiam a cultura.
Uma mostra que teve como principal objetivo democratizar a arte e que já é uma referência nacional, como destacou Benjamim Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros:
É um bom sinal. Que temos realizado uma aposta numa arte diferente, e estamos a querer levar essa literacia à população comum. A prova disso é que tivemos residências artísticas, instalações em várias aldeias à volta do Azibo. O que demonstra que a nossa preocupação é levar a arte ao povo. E torná-la mais democrática, sem qualquer imposição. Estamos a fazer esta aposta, e é uma oportunidade. E a nível de arte contemporânea no país, Macedo já está referenciado, nas dez maiores organizações de arte contemporânea. Realizo um balanço positivo desta segunda edição. Quem procura este tipo de arte é um nicho da população muito específica. E portanto, é normal que não tivéssemos a visitação que poderíamos esperar, mas estamos a falar, no total de uma visitação de seis mil visitantes, o que neste tipo de oferta, são bons resultados.
Chega ao fim uma mostra, que teve 6 mil visitas, e o espaço mais participado foi o Welcome Center no Azibo.
A II Bienal de Arte Contemporânea de Trás-os-Montes teve como parceiros a Bienal de Vila Nova de Cerveira, o Museu do Douro, a Sociedade Nacional de Belas Artes e o Laboratório de Artes e Montanha Graça Morais. O design do catálogo é da autoria de Camané, Carlos Baptista.
Os curadores da mostra foram: Ágata Rodrigues, António Afonso, Guilherme Fonseca, Jaime Silva, Jorge da Costa, José Manuel Barbosa, Luís Rodrigues, Miguel Moreira e Silva e Natália Fauvrelle.
Uma linha de Água com novas germinações de arte para 2026.
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