A mostra exibe peças alusivas ao natal, como presépios, a vida retratada de diversos santos e também crucifixos, realizadas pelos utentes do Serviço de Reabilitação Psicossocial do Hospital Magalhães Lemos, do Porto.
A direção artística é de Inês Falcão, que realça a arte é um elo de ligação com o bem estar dos pacientes:
Esta mostra vai além da arte destacando a importância dos serviços de reabilitação psicossocial. E o impacto transformador da arte na saúde mental. A arte surge como um elo de mediação, abordando de forma profunda todas as áreas relacionadas, como o bem-estar do indivíduo. A arte transforma-nos no fundo, em relação a afetos, à mente e ao trabalho que nós queremos fazer.
A curadoria esteve a cargo de Tânia Oliveira Pires que destaca que as obras são muito singulares:
Os trabalhos são muito expressivos, e são obras muito singulares. E refletem muito o mundo interno dos utentes. A forma como eles trabalham e como usam os materiais. São obras em cerâmica, o que lhes dá uma grande riqueza. São pintadas e vidradas. São obras muito completas e interessantes.
José Silva, enfermeiro gestor do serviço de reabilitação Psicossocial do Hospital Magalhães Lemos, situado no Porto, que refere que esta exposição é uma pedrada no charco:
Mais do que surpreender, espero que seja uma pedrada no charco.
Porque expor uma mostra destas, diferente, apesar da temática religiosa, num museu como o Museu de Arte Sacra, vai ser de uma ambivalência muito positiva.
As pessoas vão gostar muito. Trabalhar com estes utentes é muito gratificante. Adoro o que faço. Apesar de todas as contingências, que vamos passando em termos profissionais, ainda consigo gostar muito do trabalho que faço.
Antecedida da inauguração desta mostra de arte, houve uma conversa aberta, em que esteve presente Benjamim Rodrigues, presidente da autarquia macedense, que elogia esta forma de terapia nos artistas/utentes:
Esta exposição tem muito valor. Porque, realmente, é realizada por artistas/utentes do serviço de reabilitação psicossocial. E de facto, temos a oportunidade de constatar que através, da arte, eles podem ter uma melhor adaptação, e reinserção. A sua paz mental poderá ser atingida, no desenvolvimento da sua veia artística. Múltiplas obras e muito bonitas. De uma confeção fantástica e criativa. Estes artistas amadores desenvolvem aqui uma terapia de inserção excecional.
A exposição vai estar patente até 16 de março, do próximo ano.
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