Apesar da inscrição nada foi criado. A única coisa que se fez foi a constituição de um grupo de trabalho, para delinear as medidas a tomar, mas isso nada custou ao Estado. Agora, foi aprovada, novamente, na Assembleia da República, uma proposta para que o Governo adjudique investimento para a criação deste organismo.
Alfredo Cameirão, presidente da Associação da Língua e Cultura Mirandesa, quer acreditar que é desta mas não está deslumbrado. “Não podemos dizer que ficamos tristes, mas também não podemos dizer que ficamos deslumbrados, porque gatos escaldados de água fria têm medo. Como até agora já esteve inscrita durante dois anos verba para a língua mirandesa e para ser criada uma unidade orgânica e ainda não foi efectivamente criada, nós permitimo-nos estar um pouco desconfiados”, disse.
Inicialmente a dotação orçamental era de 100 mil euros, no ano seguinte passou para 200 mil e agora pode chegar ao meio milhão. Ainda assim, de nada serve aumentar a verba se de facto dinheiro não chegar a Miranda. “O montante de dinheiro vai aumentando, mas estamos bastante desconfiados, porque nada até agora foi concretizado. Qualquer dia estamos num milhão de euros, mas estar num milhão ou no zero se não houve concretização é absolutamente igual”, apontou.
A proposta aprovada, no âmbito da discussão na especialidade do Orçamento do Estado, foi uma medida que o Bloco de Esquerda apontou como determinante para a valorização do Interior. Marco Mendonça, da Comissão Política de Bragança do bloco, diz que o partido vai estar atento e, se não for desta, não se vai calar.
A proposta foi aprovada com os votos do Bloco de Esquerda, PS, Livre, PCP, Iniciativa Liberal e PAN. Contou com a abstenção do Chega e os votos contra do PSD e CDS.
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