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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

São Pedro da Silva: Família Fidalgo mantém viva a tradição da confecção das alheiras

 Na Terra de Miranda ainda há quem mantenha viva a tradição familiar de fazer alheiras, como acontece em São Pedro da Silva, na casa da família Fidalgo, que no dia 21 de janeiro, juntou os pais, Francisco Fidalgo e Leonor Esteves, à filha, Glória Fidalgo, para uma jornada de trabalho familiar.


Na confecção das alheiras, ao pão fatiado junta-se alho e as carnes desfeitas, regando tudo com um caldo quente feito de água, azeite, louro, cebola, sal e colorau.
Em São Pedro da Silva, no concelho de Miranda do Douro, a família Fidalgo deixou de criar porcos em casa, optando em alternativa por comprar a carne, a pá e a cabeça do porco. Este ano, a jornada de trabalho, começou cedo no dia 21 de janeiro, com os preparativos. Ao início da manhã, a dona da casa, a senhora Leonor Esteves, acendeu a lareira, onde colocou três grandes potes de ferro, cheios de água, para aí cozer as carnes de porco e as galinhas.

A cozedura ao lume é um processo lento que demorou três a quatro horas. Cozidas as carnes, a senhora Leonor, com a ajuda da filha, Glória, começaram a desfiar e cortar as carnes de porco e as galinhas cozidas em pequenos pedaços. Esta é a tarefa mais meticulosa e morosa no processo de confecção das alheiras.

Outro ingrediente indispensável é o pão, fatiado no dia anterior, pelo senhor Fidalgo e a esposa, que num trabalho de equipa, cortaram quatro fogaças.

Ao pão fatiado, juntaram alho e as carnes devidamente desfeitas, regando tudo com um caldo quente feito de água, azeite, louro, cebola, sal e colorau. Com uma colher de pau mexeu-se a massa para desfazer o pão e envolver as carnes.

Seguiu-se depois o enchimento das tripas, lavadas no dia anterior com água e desinfetadas com aguardente. O enchimento das tripas com a massa feita de pão e carnes desfeitas é uma tarefa que exige destreza manual, sobretudo no atamento das tripas.

O enchimento decorreu ao longo da tarde e concluiu-se com o pendurar das alheiras nas varas, colocadas ao alto, sobre a lareira.


De acordo com a família Fidalgo, o fumeiro ou cura das alheiras é um processo muito rápido e demora apenas 3 a 4 dias.

“Para realizar um boa cura dos enchidos, a cozinha deve ser arejada, isto é, precisa de calor em baixo vindo da lareira e de ar frio em cima, para que as carnes não apanhem pó ou criem bolor”, explicou, Glória Fidalgo.

A alheira é um dos enchidos mais apreciados por miúdos e graúdos. E na Terra de Miranda, uma boa alheira é tradicionalmente servida com grelos e batatas cozidas regadas com azeite.

HA

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