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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 25 de janeiro de 2025

SER DOUTOR É PRECISO

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")


 Lamentava Tomaz More, em carta a um amigo, que quem quisesse ser apreciado, teria de ir a Roma, visitar a Itália, para que os contemporâneos dessem o devido valor e admirassem um artista.
Atualmente acontece a mesmíssima necessidade.
Se no tempo de Tomaz More era preciso visitar a Itália, para que a sabedoria fosse reconhecida, no século passado, também os nossos artistas plásticos tiveram que ir a Paris, para que suas obras fossem apreciadas.
Atualmente, apesar das nossas universidades serem respeitadas em todo o mundo, o licenciado, que se preze, deve deslocar-se aos Estados Unidos ou a Oxford, para obter o diploma de mestrado ou doutoramento, porque sem esse certificado, será sempre preterido e considerado pouco competente.
Certa ocasião, ao discursar em Ponte do Lima, Mário Soares, afirmou: "Ser doutor, em Portugal, é quase o mesmo que possuir título nobiliárquico."
Quem não o for, por mais competente que seja, será sempre considerado como: habilidoso, seja a profissão que for.
No início do século, entrevistei jovem deputado, que pedindo para desligar o gravador, declarou: “Vou tentar obter licenciatura, porque só os doutores é que são respeitados na A.R."
Em certo debate realizado na RTP, interveniente não queria entrar no estúdio, enquanto não o chamassem por "doutor", segundo escreveu, João Adelino Faria, jornalista da RTP, em " Dinheiro Vivo", J.N. 14/abril/2012.
Também o Professor Doutor Pedro Barroso, tem idêntico parecer: " O respeito parece só ser possível com algum cognome, que atribua uma certa legalidade académica." - "Metro" 24/abril/ 2001.
 Essa opinião já vem de longe, em Portugal: Diogo Couto, em carta datada de 1607, a El-Rei, esclarece - que no seu tempo, quem não era fidalgo ou não tivesse um "Habito de Cristo", era marginalidade da sociedade " Soldado Prático” (Prologo)- Edição, Sá da Costa, 1954.
Conclui-se, que em Portugal, para se ser respeitado e merecer consideração, até pelos amigos, tem-se que colocar: "Dr.", antes do nome. Eis a razão porque quem não o tem, inventa grau académico ou nobiliárquico, desde que seja rico, porque o pobre mesmo que seja doutor, ninguém o levará a sério.


Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG” e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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