E provavelmente não sabe que o ilustríssimo escritor também é seu «filho». Hoje aqui o trago por menção lhe ter feito ontem, a propósito de Inês de Castro.
Tudo isto num ano no qual a associação que esteve na génese do Cine-Teatro Camões me parece cumprir 160 anos, o que já soa a respeitável idade. Embora pareça que o dito cine-teatro que honra o grande poeta, apenas tenha adoptado esse nome há pouco mais de 130 anos, que anteriormente outro nome parecia ter.
Das inúmeras incursões que a Bragança fazia, quando catraio era, de carro ou pela velhinha Linha do Tua, não cabe nas minhas memórias o dito cine-teatro. Pois não deve caber. Segundo sei, no dito cine-teatro houve um incêndio, nos anos 60, que o terá inutilizado.
Porém, o que aqui me traz não é o Cine-Teatro Camões, ou a empresa que cumpriu, no ano passado, 80 anos sobre a sua constituição como sociedade, a Empresa Cinematográfica de Bragança, que terá sido proprietária do espaço. Nem mesmo a Praça Camões ou o velhinho mercado aqui me trazem…
O que aqui me traz, de facto, é um senhor que toda a gente conhece como Luís de Camões, ou Luís Vaz de Camões. O qual, caso nascesse nos dias de hoje, tomaria, igualmente, o apelido materno. E chamar-se-ia Luís de Macedo Vaz de Camões! Porque a sua mãe era uma descendente da família dos «de Macedo», os quais, por sua vez, eram descendentes dos «de Bragança».
Isto é, o célebre autor d’Os Lusíadas, pela via materna, era descendente directo do não menos célebre herói de Aljubarrota, o que salvou o Mestre de Avis de levar “ua catchouçada” de um cavaleiro castelhano. Um tal herói, Martim Gonçalves de Macedo, que era descendente directo dos grandes Bragançãos. Um dos seus bisavôs ainda utilizava o apelido «de Bragança».
Como tal, estamos “tchêinhos” de ilustres personalidades, na História de Portugal, que não teriam existido sem os genes das nossas terras. Facto que muitos poderão desvalorizar, todavia ficando todo “contcho” este que escreve.
Se Inês de Castro tinha «sangue bragançano», os mesmíssimos genes carregava Luís de Camões. E pela mesma via directa!… Tal como, pela mesma via directa, os carregava a ilustre figura à qual Camões dedicou um dos seus sonetos: «E em vós, grão sucessor e novo herdeiro / Do Braganção estado, há mil extremos / Iguais ao sangue e mores que a idade». Mas essa já cá a trarei futuramente, se me der na “catchimónia”…
Somos tão grandes, e fazemos tão pouco com a grandeza que temos. Independentemente disso, tenho tanta “proa” nessa grandeza! Não deixando de a apregoar, aos quatro ventos. “Apurbeita” quem quiser… “Or sim”?


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