A criatividade fervilhava, a Casa de Cultura da Juventude de Bragança, em articulação com o F.A.O.J. (Fundo de Apoio aos Organismos Juvenis), era um verdadeiro ponto de encontro para os jovens da cidade de Bragança e da região. Não era, como agora, um edifício, era um espaço vivo, cheio de ideias, sons e cores, onde a energia da juventude se transformava em cultura e em alegria.
Durante todo o ano, mas especialmente nos períodos de férias escolares, o movimento era constante. Os ateliers, orientados por dedicados animadores socioculturais, abriam portas a múltiplas expressões artísticas que passavam pelo teatro, fantoches e formas animadas, serigrafia, dança, movimento e drama, aeromodelismo, música, modelagem… Havia sempre um lugar para experimentar, aprender e partilhar, fosse a criar um cenário para uma peça, a ensaiar uma coreografia ou a imprimir desenhos originais nas telas de serigrafia.
A Casa de Cultura da Juventude de Bragança era um espaço de convívio e amizade, onde se trocavam ideias, onde se discutiam sonhos e se respirava um ambiente de animação e amizade permanente. Para muitos jovens, este era o refúgio criativo onde se passavam horas inesquecíveis, mergulhados num espírito de descoberta e alegria de viver que, ainda hoje, permanece vivo na memória de quem lá esteve e que nunca esquecerá.
Nos tempos da Credencial, o F.A.O.J. estava adstrito ao Ministério da Educação e Investigação Científica.
Quando, a meio da tarde, nem sempre nem nunca, eu e o Gino íamos beber uma cerveja e alguém perguntava por algum dos dois... o Tio Manel, sempre atento e perspicaz... conhecia toda a gente, respondia ou informava. Se fosse "dos nossos" dizia, piscando o olho: - Estão no carro da pipa (era no Cara de Apito). Se fosse gente que não conhecia dizia: - Foram a uma reunião com a Drª Aninhas Miguel... cumplicidades que serviam para construir e reforçar a união...
Se tenho saudades? Pudera...!

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