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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Blogue - Contar histórias e estórias de Mogadouro

As tradições, usos e costumes estão «bem vivas» nas gentes de Mogadouro. Por isso mesmo Antero Neto procura, através do blogue pessoal dedicado à região, sublinhar as histórias e lugares ligados à vila do interior transmontano. Actualmente, o principal obstáculo à preservação das tradições culturais é o «despovoamento». Contudo, vinca que o turismo pode vir a ser «uma saída para a depressão económica da região».
A vila de Mogadouro apresenta-se a quem a visita de forma «airosa, moderna e dotada de excelentes infra-estruturas culturais e de lazer». Quem o diz é Antero Neto, autor do Blogue Mogadouro, um espaço na internet que tem como objectivo mostrar o que de melhor esta região transmontana oferece.

Contudo, apesar dos sectores do leite, do azeite, cortiça, vinho, castanha e amêndoa potenciarem a economia local, o despovoamento do território que atinge o interior transmontando está a marcar de forma dura um concelho «economicamente deprimido e dependente de uma agricultura em declínio», conta Antero Neto.
Já a indústria, «é inexistente», afiança, lembrando que as pequenas empresas de construção civil «que iam criando algum emprego, faliram, ou caminham nesse sentido».
O blogue Mogadouro pretende ser, acima de tudo, uma «lufada de ar fresco na auto-estima local», adianta Antero Neto, advogado e também deputado na Assembleia Municipal local, acrescentando que a iniciativa «procura valorizar o que de melhor tem a terra, colocando o enfoque nos valores humanos, culturais, históricos e patrimoniais que ao longo da existência do concelho se têm destacado».
A história e a arqueologia locais surgem igualmente com «natural destaque», sublinha. «Penso que de alguma forma tenho conseguido incentivar as pessoas a valorizar as tradições ricas que a região possui, divulgando-as e valorizando-as, não só na comunidade local que por vezes a desconhece, como também junto da comunidade na diáspora e de terceiros que assim vão conhecendo um pouco mais da nossa riqueza ancestral», explica.
Contar histórias e estórias de Mogadouro é uma das prioridades do blogue dinamizado por Antero Neto. Por isso mesmo, considera que a importância deste trabalho reflecte-se, essencialmente, em dois pilares distintos: «por um lado, e tal como já referi, elevando a auto-estima colectiva, fazendo ver que apesar de estarmos historicamente relegados para uma pretensa posição de subalternidade em relação ao litoral e ao epicentro político, económico e cultural do país. Também temos algo que sendo peculiar e distinto, é nosso e pode servir como ponto de admiração para os outros».
Aposta no turismo:
Por tudo isto, adianta que tal pode servir para atrair visitantes, curiosos e até, potenciais investidores, por exemplo, na área do turismo, «e que poderá representar, a médio prazo, uma saída para a depressão económica da região».

Porém, adianta que nesse campo, «infelizmente, muita coisa se destruiu». Seja «por incúria, ignorância ou por desvalorização das nossas gentes». No entanto, ressalva, «ainda não se perdeu tudo e ainda é possível preservar muito desse património e dessa memória colectiva».
Antero Neto realça que o principal obstáculo à preservação das tradições culturais é o «despovoamento que nos aflige» e garante que se «torna tarefa hercúlea» manter, por exemplo, a tradição da Festa dos Velhos – um ritual de solstício, que ocorre pelo Natal, na aldeia de Bruçó -, «sem que haja rapazes novos para vestir as personagens e manter a verdadeira chama acesa».
Quanto à preservação do património edificado, conta que «ainda há um longo caminho a percorrer». Contudo, «já é positivo que não se destrua mais». E dá mais um exemplo de como se pode sensibilizar as pessoas para a protecção do património local: «o concelho de Mogadouro é riquíssimo em povoações castrejas. As pessoas (alguns responsáveis políticos incluídos) olham para aquilo como montes de pedras sem qualquer valor. Quando lhes faço ver o que ali está, ficam admirados. Seria importante rever o currículo da cadeira de História e fazer uma alteração no sentido de lá incluir a História local. As próprias autoridades políticas locais ainda se mostram algo insensíveis à preservação de alguns monumentos (as pedras não votam...)».
Quanto ao desenvolvimento económico de Mogadouro, Antero Neto afirma que o caminho passa pela «valorização das pessoas enquanto verdadeiro centro de interesse». «Não adianta ter muitos edifícios e jardins bonitos, se não houver uma maior preocupação com as pessoas», vinca.
E dá outro exemplo, desta feita, sobre a natalidade: «fala-se muito na questão do declínio da natalidade no Interior e ouve-se falar de incentivos ridículos, mas quando um concelho como Mogadouro não tem uma simples creche pública (há uma creche da Santa Casa da Misericórdia a funcionar desde há dois anos), não é fácil pensar em ter filhos».
No que diz respeito a actividades económicas, realça que «o ideal passaria por conseguir cativar investimentos relacionados com bens e produtos locais», seja na valorização virada para o turismo, seja na procura de alternativas à agricultura tradicional. «Acima de tudo, o que falta são ideias e pessoas com vontade de as concretizar. Mas, como a esperança é a última a morrer, vou continuar a mostrar às pessoas o que de positivo e útil a minha terra tem para dar aos que nos procuram».

Ana Clara; Foto: Blogue Mogadouro
in:cafeportugal.pt

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