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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 15 de abril de 2012

Freguesia de Benlhevai

A freguesia de Benlhevai fica situada a mais de quinhentos metros de altitude, na parte nordeste do concelho de Vila Flor. Numa pequena faixa do território, delimita este município do vizinho município de Mirandela. Dista treze quilómetros da sede do concelho. O povoamento da área correspondente à actual freguesia remonta ao período anterior à fundação da Nacionalidade. 
No sítio de Carvão, na margem esquerda da ribeira do Castelo, foram encontrados vestígios de uma mina de ouro explorada pelos romanos, a juntar àquelas que já se conhecia e que se situavam no Castelo de Macedinho. No entanto, não são observáveis, actualmente, quaisquer vestígios. O nome da freguesia é curioso e invulgar. Segundo opiniões dos especialistas na toponímia, deve ter origem não muito remota, que se poderá fixar entre os séculos XII e XIII. Não se conhece a proveniência do nome, que poderá inclusivamente vir da desfiguração popular de alguma etimologia no século XII ou XIII. Na Idade Média, uma grande parte da freguesia pertenceu ao Convento de Santa Maria de Bouro. 
A própria igreja matriz, consagrada ao Espírito Santo, era pertença dessa instituição minhota. A instituição paroquial de Benlhevai terá ocorrido apenas depois do século XV, e para atestar a sua relativa modernidade bastaria o seu padroeiro, o Espírito Santo. Em termos de património edificado, o primeiro destaque vai para o mais antigo dos templos, a Capela de Nossa Senhora da Esperança. 
Situada numa pequena elevação em frente à sede da freguesia, esta capela terá sido construída em finais do século XV. É um templo de planta composta por nave e capela-mor rectangulares, mas o estado de degradação é evidente. Foi a primeira matriz de Benlhevai, antes de ser construída a actual. A Capela de Nossa Senhora do Carrasco está situada no cume de um monte, na parte oriental da freguesia. Salienta-se no interior um altar seiscentista em talha dourada. Segundo a lenda, a capela tem este nome porque, certo dia, apareceu a um lenhador, no meio de um carrasco, a imagem de Nossa Senhora. Muitos doentes procuram esta capela para tentar resolver os seus males. A crença popular levava a que as pessoas depositassem sacos de areia ao pescoço quando havia doenças. Acreditavam na cura desta forma. 
Quando se chegavam a curar, os sacos eram repostos na capela. A actual Igreja Paroquial, consagrada ao Divino Espírito Santo, teve uma reconstrução na segunda metade do século XX. Destaca-se no seu interior o altar-mor brasonado. O brasão respeita ao Mosteiro de Santa Maria do Bouro.

Área: 1233 ha
População: 340 habitantes
Património cultural edificado: Igreja Matriz, Capelas da Nossa Senhora da Esperança, da Nossa Senhora do Carrasco, Três Alminhas, Fonte Limpa (Medieval), Fonte de Mina (Medieval), Casa Mortuária, Sede da Junta de Freguesia, Três Tanques Públicos (para lavar), Casa Museu, Dois Fontanário com bebedouro para animais, Marco em Granito com iniciais "Santa Maria do Bouro", Jardim Escola, Sede da Associação Cultural e Recreativa de Benlhevai
Património Paisagístico: Habitação "Romano do Salgueiro", Esculturas Rupestres, Minas Romanas
Festas e Romarias: Festa do Divino Espírito Santo no sétimo Domingo depois da Páscoa, Almoço e Convívio no primeiro Dia do Ano
Gastronomia: Enchidos de Porco, Folar da Páscoa, Folar Doce, Folar de Carne, Cabrito Assado no forno a lenha com Batata Assada e Arroz no forno
Locais de lazer: Largo do Terreiro, Largo 1º de Maio (onde se joga a sueca e o fito), Miradouro das Fragas da Muchagata, Miradouro da Cabeça Gorda
Espaços lúdicos: Complexo Desportivo de Benlhevai
Artesanato: Rendas, Bordados, Ferraria
Lenda: Lenda do Penedo Redondo- Penedo Redondo é o nome que lhe deram por causa das suas grandiosas dimensões. Reza a lenda que esta enorme pedra terá sido trazida para aquele lugar por uma Moura Encantada. Vinha a Moura Encantada carregada com o penedo à cabeça e mais duas pedras mais pequenas debaixo do seu braço, em cima de uma delas ainda trazia o seu filho. Não lhe bastando este carrego, ainda fiava. Ao passar pela Aldeia já muito cansada, terá deixado cair uma das pedras. Esta encontra-se situada numa rua na Aldeia junto (colada) a uma casa de habitação. Continuando a sua caminhada a Moura deixou cair as restantes pedras já ao sair da Aldeia. Segundo a lenda ainda hoje se lá forem, à meia-noite no dia de S. João se ouve a Moura a fiar
Orago: Divino Espírito Santo
Principais actividades económicas: Agricultura, Olivicultura, Castanha, Cortiça, Pecuária, Indústria de Cogumelos, Pequeno Comércio
Colectividades: Associação Cultural e Desportiva de Benlhevai


in:retratoserecantos.pt

1 comentário:

  1. Fiquei feliz, por ter encontrado este blog sobre toponímia. Desde miúda, que gostava de saber o porquê dos nomes das povoações. Nessa altura era bem difícil, pois não havia tanta documentação certificada. Tinha que me contentar, com a informação que me era dada, pelos habitantes mais velhos. Hoje felizmente já posso pesquisar com mais certezas.

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