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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Os Deolindos (burgueses urbano deprimidos pseudo-intelectuais da tanga)

Coitados dos deolindos, esses putos de 25 anos que apesar de terem uma licenciatura em gestão de artes cénicas não encontram trabalho na sua área e que como muitos são contratados para um estágio onde não recebem mais de quinhentos euros e que não têm dinheiro para comprar uma casa com três quartos no Chiado e por isso vivem com os pais em vez de partilhar um apartamento com mais três deolindos e que são obrigados a andar de transportes porque não há banco que lhes dê um crédito para comprar um Golf.
É fodido ter 25 anos e confirmar que a vida lá fora não respeita as mordomias a que estávamos habituados em casa dos pais. 
É fodido não receber 2.000 Euros porque “fartei-me de estudar”, é fodida a incerteza de um contrato de trabalho merdoso, é fodido. 
Eu acho bem que os deolindos se queixem à porta da Bicaense, que bramem contra as injustiças do liberalismo, que cantem hinos no festival da Zambujeira. Pois.
O que eu já acho mesmo fodido é que os Deolinda, esse grupo de intervenção estilo Lux, não cantem a essa geração de trabalhadores das fábricas de São João da Madeira que se matam a trabalhar de sol a sol e pelo salário mínimo, se é que recebem, porque muitas das vezes os patrões declaram-se em falência para abrir outra fábrica mesmo ao lado.
Fodido mesmo é que o Bloco de Esquerda, os líderes da esquerda betinha e fracturante, nunca se tenha lembrado dos salários miseráveis das educadoras de infância, das empregadas de supermercado, das cabeleireiras, das senhoras da limpeza, porque esta gente não canta hinos, não é gira, não tem um curso superior em Cultura Visual, não lê Paul Auster, não tem tempo para se queixar porque passa a vida a trabalhar.
Basicamente, estes defensores da suposta geração perdida são incapazes de sentir empatia pelo povão, pela que sempre se chamou classe trabalhadora e que é realmente a geração desperdiçada, gente cuja força bruta e capacidade de sacrifício e de trabalho ninguém aproveitou mais que para encher centros comerciais e estádios de futebol.
Gente que acorda de madrugada para dar de comer aos filhos e a uns pais cuja reforma não passa dos 250 euros, que paga empréstimos, crédito habitação, impostos, segurança social, tem os putos em escolas e ATL, mas que chega ao fim do mês sem capacidade de poupança porque não lhes dá o ordenado para mais e que não sai da cepa torta, incapaz de pertencer à classe média, que é a que levanta o país e que realmente deveria interessar ao Bloco, aos deolindas e a todos estes indignados.
Mas esta gente que não interessa a ninguém porque não vai a concertos no Coliseu ouvir os Deolinda porque não têm dinheiro nem pais a quem continuar a chular as entradas enquanto se queixam que são escravizados.


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2 comentários:

  1. Quem escreveu isto, ESCREVEU! E bem.

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  2. geralmente é a classe média que se mobiliza em protestos por os outros estarem impossibilidatos de o faezr, por precisarem de trabalhar e por precisarem de estar mais preocupados com o ter dinheiro para a comida daquela dia. é uma situaçao algo paradoxal, mas às vezes as revoltas da classe média acabam por ter benefícios para as pessoas em situação mais carenciada realisticamente falando. não acho que o caminho seja rebaixar quem protesta e é da classe média, mas sim por juntar a esses protestos temas que também beneficiam classes mais desfavorecidas, por juntar as pessoas. a reinvidicação de algo não deveria ser feita com o rebaixamento dos outros. já sabemos que há gente a queixar se por nao ter um iphone enquanto ha quem nao tenha que comer. mas a forma passa por alertar quem tem o ipod e tempo e poder para se manifestar para as outras carencias, e não por humilhá-los e causar uma possivel indeferença ou defesa logo à partida nessas pessoas

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