As contas foram aprovadas, mas as políticas não convenceram os deputados da Assembleia Municipal de Bragança. Mesmo assim, na sexta-feira foi aprovado o relatório de contas da autarquia referente a 2011, com mais de meia centena de votos favoráveis, 23 abstenções e nenhum voto contra. A oposição coincide num ponto, o relatório é tecnicamente correcto mas reflecte políticas erradas para a região.
“A câmara apresenta contas certinhas mas que resultam de investimentos que não são os melhores para o nosso concelho”, diz Luís Pires, do PS. Já José Lourenço, do Movimento Independente Sempre Presente, diz que a prova que os investimentos foram mal direccionados é o facto de “todos os dias se verem jovens licenciados e empresários abandonarem a região”. A CDU também se mostrou contra porque “também esteve contra a apresentação do plano”, explicou Leonel Fernandes. O Bloco de Esquerda reconhece “a qualidade das contas apresentadas”, mas “as opções políticas é que deviam ser outras”, frisou Luís Vale. Da parte do PP, Guedes de Almeida diz que “no aspecto técnico o relatório está correcto mas revela que em 2011 a autarquia esteve praticamente inactiva, com uma ou outra obra faraónica, que vai hipotecar o futuro das gerações vindouras”. Para além disso, Guedes de Almeida frisa ainda que se conseguiu algum equilíbrio “mas à custa de mais desemprego, pois a autarquia tem o menor número de trabalhadores de sempre, o que é mau em termos sociais”.
Satisfeito com a aprovação estava o presidente da câmara de Bragança, Jorge Nunes.
“Os resultados operacionais são positivos, o resultado líquido é positivo, a taxa de execução ainda é mais elevada do que no ano passado, e o nível de endividamento reduziu-se e estamos com 30,95 por cento do orçamento do ano e a generalidade dos municípios andam com duas a três vezes o orçamento anual”, frisou o autarca.
Jorge Nunes destaca ainda outros aspectos do orçamento.
“A evolução patrimonial também é positiva, a regularidade nos actos de gestão e de execução por parte dos trabalhadores também está garantida.”
A taxa de execução superou os 80 por cento, ou seja, a autarquia executou grande parte das coisas a que se propôs em 2011, enquanto a média nacional se situa nos 55 por cento.
O endividamento também foi reduzido em cerca de dez por cento e o saldo foi positivo em mais de um milhão e setecentos mil euros.
Escrito por Brigantia (CIR)
in:brigantia.pt
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