A freguesia de Malhadas está na parte norte do concelho, encostada à sua parte oriental. Numa pequena faixa de território, é delimitada pelo vizinho concelho de Vimioso. Dista nove quilómetros da sede do concelho. O povoamento da área em que se insere a freguesia remonta a períodos muito anteriores à fundação da Nacionalidade. No termo da freguesia, em várias casas da povoação, foram recolhidos vestígios diversos do período romano, nomeadamente pedras trabalhadas. Foi também identificada a seguinte inscrição: COR.PRISCAE ANN - XXXV SILVIVS CALVOS.
Não admira, de resto, que os romanos se tenham interessado por esta zona. Malhadas insere-se numa região relativamente plana, com capacidade agrícola, de características rurais, e sabe-se como o imperial povo tinha na agricultura uma das suas principais preocupações. Nos inícios da fundação da Nacionalidade, já durante o reinado de D. Sancho I, a vila de Malhadas foi doada a D. Nuno de Zamora, D. Pedro Ponce, D. André, D. Miguel e D. Salvador. A condição para esta doação régia era a de a defenderem no caso de ser cercada por inimigos, nomeadamente castelhanos.
Através de um documento dos inícios do século XIII (1202), esta freguesia era designada por Malada. Não há certezas sobre a origem do topónimo. Alguns autores apontam para o significado de criado e criada, ou certas obrigações pagas ao senhorio em algumas terras. Mais tarde, malada significou também regime pastoril.
Hoje em dia, pegando num Dicionário, vemos que malada significa «moradora em maladia (solar, terra habitada por vassalos solarengos, sujeitos a encargos feudais); criada de servir; compota de maçã». Já a palavra malhada, tem vários significados, entre os quais o de «cabana de pastores», «curral de gado», «rebanho de ovelhas», «processo de estrumação económico», «mata de carvalhos», «acto de malhar» ou «o mesmo que enredo».
A escolher, optaríamos por uma das primeiras hipóteses. Com efeito, a pecuária foi em toda a história da área onde se insere a freguesia uma fonte de riqueza fundamental para as suas populações. Malhadas possui mesmo um posto zootécnico que faz a riqueza pecuária da região.
A criação da paróquia de Nossa Senhora da Expectação de Malhadas ocorreu, provavelmente, por volta do século XIII. Na altura, era um curato da apresentação do Cabido de Bragança. Em termos de património edificado, o monumento mais valioso da freguesia é a Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Expectação, classificada como Imóvel de Interesse Público desde 30 de Janeiro de 1954. Construída no século XIII, teve muitas alterações ao longo dos séculos.
Hoje em dia, apresenta características góticas, renascentistas, maneiristas, barrocas e neoclássicas. É uma igreja de planta longitudinal, composta por nave única de quatro tramos. A fachada principal é em empena-campanário. No interior, merecem destaque os retábulos de talha dourada e policromada dos estilos maneirista, nacional e barroco joanino.
Património cultural edificado: Igreja Matriz, Capelas de S. Bartolomeu e de Nossa Senhora das Dores, Caminho Mourisco, Cruzeiro Medieval e Escultura Zoomórfica
Feiras: Feira Mensal ao dia 8 de cada mês
Festas e Romarias: Festas de Stº Amaro a 15 de Janeiro, de S. Sebastião a 22 de Janeiro, de Nossa Senhora dos Remédios a 15 de Maio, de Stª Bárbara no 3º Domingo de Agosto
Gastronomia: Posta à Mirandesa, Folar , Bola Doce e Pão-de-Ló
Locais de lazer: Lugar de Miramolina e Zona de Caça Associativa
Artesanato: Tecelagem
Orago: Nossa Senhora da Expectação
Principais actividades económicas: Agricultura, Pecuária, Pastorícia e Comércio
Colectividades: Associação Cultural e Recreativa de Malhadas e Associação de Caça
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Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço.
A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
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