O investigador da Universidade de Vila Real José Gomes Laranjo afirmou hoje que há cada vez mais jovens interessados em apostar na produção de castanha, alguns dos quais desempregados que querem rentabilizar os terrenos de família.
O especialista integra a rede nacional da fileira da castanha – RefCast – que quer aumentar a área de produção e incentivar o consumo no país.“Em consequência deste trabalho da rede, em que se pôs a castanha na ordem do dia, há muita gente a lembrar-se dela na hora de investir”, afirmou à agência Lusa.
José Gomes Laranjo referiu que alguns dos novos investidores pertencem à segunda geração, ou seja, filhos de proprietários de terrenos que migraram para as cidades e que, agora, estão a querer voltar à terra.
É o que está a acontecer com Vítor Sousa, de 36 anos, que reside no Porto e trabalha na área do desporto.
Com terrenos de família em Carrazedo de Montenegro, Valpaços, este empreendedor quer fazer novas plantações e também investir na compra de soutos já formados.
Por enquanto, será uma atividade paralela, mas a ideia é que se transforme na sua atividade principal.
O objetivo é também apostar no mercado externo, porque “lá fora este produto é muito mais valorizado” do que em Portugal, onde, por exemplo, só se come este fruto nesta época.
Esta aposta na castanha surge devido às ligações familiares, mas também por uma questão de afetividade.
Carlos Ramos, responsável por um viveiro em Vila Real, disse à Lusa que nos últimos três anos tem praticamente esgotado a produção de castanheiros.
“Há muita procura por esta árvore. Nos últimos anos não temos conseguido satisfazer os pedidos feitos pelos clientes. Este ano vamos ter uma produção maior, mas já temos também muitas encomendas em carteira”, salientou.
O viveiro Serviruri tem vendido por ano cerca de 10 mil plantas de híbridos, plantas resistentes à doença da tinta que afeta os soutos.
Este ano, Carlos Ramos prevê que a produção possa atingir as 12 mil plantas.
O responsável referiu que as vendas estão a ser feitas essencialmente para a zona do Marvão, Minho e Trás-os-Montes.
José Gomes Laranja considerou que a castanha é uma ”janela de oportunidades” para as zonas de rurais e de montanha.
Segundo o responsável, neste momento a RefCast está em processo de formalização, para poder, entre outras coisas, concorrer a fundos comunitários.
Esta rede é também a representante portuguesa na Comissão Europeia da Castanha, com sede em França, e que, segundo responsável, vai desempenhar um papel importante na negociação de apoios para o setor na Política Agrícola Comum (PAC) para 2020.
Lusa
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