Mirandela - Ausência sistemática de médica deixa utentes à beira de ataque de nervos

Vários habitantes da única vila do concelho de Mirandela estão fartos das constantes ausências de uma das médicas que presta serviço na extensão de saúde local. “ Ora está de baixa alguns dias, como depois tira férias, mas trabalhar é que não é com ela”, afirma uma utente que solicitou o anonimato. 
“Mesmo quando não está de baixa só passa as receitas se lhe apetecer", conta José Batista que defende a substituição daquela profissional de saúde (Rosa Carvalho). “É uma situação inadmissível”, acrescenta. A situação já tem vindo a ser denunciada pela presidente da junta de freguesia de Torre Dona Chama há mais de dois anos. Primeiro para o Agrupamento de Centros de Saúde e mais recentemente para a coordenação do Centro de Saúde Nº 2 de Mirandela, mas até agora nunca foi solucionado o problema. “Quando se precisa de assistência médica e de medicamentos e não se tem médico é complicado principalmente para os mais idosos que têm de se deslocar a Mirandela e o transporte é muito caro”, afirma Paula Lopes. A extensão de saúde de Torre Dona Chama serve cerca de 3400 utentes pertencentes aos concelhos de Mirandela, Macedo de Cavaleiros e Vinhais. Atualmente, tem apenas dois médicos ao serviço. Segundo apurou o JN, estas ausências sistemáticas da médica, são recorrentes desde 2009, sendo uma raridade cinco dias seguidos a prestar serviço. Recorde-se que, em 2007 aquela extensão começou a funcionar como a única Unidade de Saúde Familiar (USF) do distrito de Bragança, mas como não cumpriu os objetivos definidos, foi extinta em Agosto do ano passado. Para tal, segundo fonte ligada ao processo, muito terá contribuído a constante ausência da profissional de saúde em causa, que chegou a ser coordenadora da USF.
Administração garante que assistência médica não está em causa
Confrontada com estas queixas, a administração da Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSNE), que gere os hospitais e os centros de saúde do distrito de Bragança, enviou uma nota escrita onde dá conta que os utentes da referida Extensão de Saúde “têm garantida assistência clínica por parte de um médico durante todo o horário normal de funcionamento, cinco dias por semana”, Na eventualidade de a médica em causa se ausentar do seu posto de trabalho por motivos de doença/baixa, essa ausência “é colmatada com a colaboração dos médicos do Centro de Saúde de Mirandela 2, que aí se deslocam”, refere a nota acrescentando que a ULSNE “não tem conhecimento formal, por parte de utentes, de qualquer descontentamento relativo à assistência clínica prestada na extensão”, conclui, sem nunca confirmar ou desmentir as ausências sistemáticas da médica em causa.

in:mdb.pt