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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Trás-os-Montes mantém tradições de raiz medieval


As aldeias e vilas transmontanas mantêm as tradições de Carnaval de raiz medieval e que assentam nos desfiles "diabólicos" de "caretos", "trasgos ou facanitos" ou os "julgamentos públicos", disse hoje um investigador da Universidade de Vila Real.
"Nestes rituais encontra-se o que há de mais resistente e genuíno das tradições do Entrudo em Portugal", afirmou hoje Alexandre Parafita, professor e investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).
Este Carnaval contrasta com o citadino e de inspiração mais tropical que vai ocorrendo mais no litoral do país.
Alexandre Parafita disse que o que "perdura de mais genuíno das tradições do Entrudo em Trás-os-Montes" são os desfiles de "caretos", "matrafonas" e "facanitos", leituras de "testamentos", "julgamentos públicos"e "pulhas casamenteiras".
Salientou ainda que a tradição dos "caretos", tal como ocorre em Podence, Macedo de Cavaleiros, é a "mais ativa" de todas.
Nesta festa, os rapazes vestem com os seus fatos de franjas de cores garridas, máscaras de lata e chocalhos à cintura, e percorrem num "frenesim elétrico" todos os cantos da aldeia, entram e saem pelas janelas das casas e alpendres, trepam aos telhados, em busca das raparigas solteiras.
Estas, caso não queiram entrar neste jogo, terão que se vestir de "matrafonas" (mascaradas como eles) e saírem também para a rua.
O cortejo completa-se com os "facanitos", ou seja os mais pequenos da aldeia, mascarados de "rasgos ou mafarricos", que cumprem, também eles, o seu próprio ritual de iniciação, garantindo, ao mesmo tempo, a continuidade da tradição.
Para Alexandre Parafita, singular é também o Entrudo em Santulhão, Vimioso, conhecido como "julgamento do Entrudo", onde se posicionam o "anunciador", o "Entrudo" acompanhado pela mulher e filhos, depois os "advogados" de acusação e defesa e, por fim o "juiz" exibindo o "livro das leis".
"Esta alegorização do Entrudo e do seu clã familiar visa responsabilizá-los pelas desgraças do inverno, especialmente os males agrários, pelo que o ritual do julgamento representa, simultaneamente, o seu esconjuro e a purificação da comunidade, que assim entrará, com outro ânimo, num novo ciclo produtivo", explicou.
Daí que, acrescentou, lavrada a sentença pelo juiz, os bonecos de palha, simbolizando as figuras a esconjurar, sejam queimados na praça pública perante a azáfama do povo.
O investigador salientou ainda que, estas manifestações são comuns a outras zonas de Trás-os-Montes e Alto Douro, como acontece com os caretos de Vila Boa de Ousilhão, os caretos aos Pares de Lazarim, os diabos, a morte e a censura em Bragança, a morte e os diabos de Vinhais, as pulhas casamenteiras em Mogadouro, os testamentos ou papeladas em Espinhoso.
Alexandre Parafita explicou que as festas do Entrudo "fazem parte de um tempo excecional e têm uma função transgressora, libertadora e, em muitas circunstâncias, iniciática".
"Trata-se de um tempo limitado mas intenso, em que tudo é permitido, um tempo de rutura das proibições, um tempo de violação ritual, que se opõe aos constrangimentos da Quaresma que se avizinha", salientou.

Lusa

2 comentários:

  1. Apenas para informação do autor do blog e possível correção, informo que, nesta peça, que resultou de uma entrevista à Lusa, aparece, em título, a palavra "investigador" que não faz sentido. E no texto está a expressão "rasgos ou facanitos" e, corretamente, será "trasgos ou facanitos". Cumprimentos. Alexandre Parafita

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  2. Correções efetuadas.
    parabéns pelo seu incansável trabalho em prol da divulgação da Nossa Cultura e Saberes.
    Abraço Transmontano.

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