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Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço.
A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
(Henrique Martins)
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N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
Vinhais - Feira do Fumeiro continua a atrair gerações de fiéis ao certame
Os tempos são de crise e queixam-se dela, mas as mãos que confeccionam os tradicionais enchidos de Vinhais, no Norte de Portugal, já têm encomendas guardadas para os que todos os anos rumam à Feira do Fumeiro, que se realiza até 13 de Fevereiro na vila transmontana.
Até domingo o certame que vai na sua XXXIII edição, atrai apreciadores portugueses, espanhóis e até emigrantes que regressam por alguns dias à terra que se apresenta como a «Capital do Fumeiro», há 33 anos.
Isaltina Santos tem três gerações de clientes na mesma família. «Tenho o pai, o filho e, no ano passado, já me trouxe a filha», conta.
Espera novamente por eles este ano e tem «as encomendas já guardadinhas em casa» para estes e outros clientes que «vivem lá para baixo, em Lisboa, e por aí fora».
«Tenho uns senhores que são de França e quase todos os anos vêm cá à feira», explicou.
Isaltina faz a quantidade de fumeiro «certinha» para eles e «mais um porquinho para quem apareça de fora - e normalmente aparece, quase sempre tem aparecido».
Nota que, talvez em resultado da crise, os que compram habitualmente «reduziram o peso do que levam, mas têm vindo certinhos».
Para não ter surpresas, diz que «é produtora, mas pouco» e faz «poucochinho» fumeiro. Gosta mais de levar os cestos vazios para casa.
Maria Fernandes não tem razão de queixa. Logo na primeira hora depois da abertura, na quinta-feira, 7 de Fevereiro, vendeu presunto, salpicão, barbada, pernil. «Só um cliente levou 200 euros de presunto», apontou.
Embora se «sinta um bocadinho a crise», quem vai à feira, vai com «aquele objectivo de comprar e de levar produtos genuínos que não se encontram em todos os sítios».
Do lado da clientela, Fernanda Garcia regateia descontos. «Já se sabe que em Trás-os-Montes andamos sempre às esmolas», brinca.
«O que é bom e de boa qualidade está aqui em Vinhais, só que não temos é dinheiro para ele», insiste.
Maria Teresa iniciou a feira e, aos 82 anos, já não faz enchidos, mas continua a marcar presença e a inovar com a venda de licores e compotas. Foi a primeira a legalizar-se para o fazer e já tem «duas companhias».
Lamenta que esta região «tenha o petróleo e não saiba aproveitá-lo e valorizar ainda mais a qualidade dos seus produtos».
Desengane-se quem pensa que é fácil ganhar dinheiro com o fumeiro. «Sem trabalho não há nada», avisou.
Um quilo de salpicão custa 40 euros, o equivalente aos «oito contos» na moeda antiga (escudos), a que vendia Maria Teresa antigamente.
Os custos acrescidos de produção, a que se junta o aumento do IVA de seis para 23%, «mexem de forma pesada na pequena economia rural», observou Duarte Lopes, da organização.
O presunto manteve a taxa de IVA mais reduzida por o legislador entender que não se trata de um produto transformado, ao contrário dos enchidos.
Complicações decorrem também da obrigatoriedade de emissão de factura para os pequenos produtores que têm nesta actividade um complemento a outras lides agrícolas.
O município de Vinhais estima que o impulso económico desta actividade tradicional gere receitas de seis milhões de euros nos quatro dias da feira, segundo a coordenadora Carla Alves.
O movimento beneficia desde a hotelaria à publicidade e organização de eventos, como a empresa de António Gonçalves, que projecta espaços do certame e nota «alguma falta de aposta dos produtores numa imagem de marca para maior projecção da qualidade dos diferentes produtos».
A mais-valia destes produtos certificados é evidente para Adérito Gonçalves, empresário da restauração a servir refeições na feira que «arrasta muita gente e negócios avultados». «As pessoas se quiserem vir à nossa região não vão ligar à crise. A crise é para o Governo», brincou.
A Feira do Fumeiro de Vinhais decorre até 13 de Fevereiro e realiza-se na vila transmontana desde 1981, no segundo fim-de-semana do mês de Fevereiro, oferecendo aos visitantes, para além da exposição e venda de produtos, um vasto programa de actividades.
in:cafeportugal.net
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