domingo, 17 de novembro de 2013

Bragança - Mascararte com máscaras da Ásia e tradições transmontanas

As máscaras da Ásia são o tema em destaque entre 4 e 7 de Dezembro, na Mascararte, a bienal da máscara de Bragança que na sexta edição promove também as tradições das aldeias do concelho.
A bienal que junta rituais, exposições, debate e espectáculos em torno das típicas máscaras associadas às festas de Inverno no Nordeste Transmontano reserva, em todas edições, espaço para outras regiões do mundo onde a máscara é também um elemento cultural.
As coloridas e elaboradas máscaras da Ásia estão em destaque durante os quatro dias no Teatro Municipal de Bragança numa exposição em parceria com a Fundação Oriente, como adiantou Hernâni Dias, presidente da Câmara de Bragança, que organiza o evento, em colaboração com outras entidades regionais, como o instituto politécnico.
Além da exposição, as máscaras do Oriente e teatro sombras fazem também parte do programa numa oficina destinada às crianças, no âmbito do «papel educativo» que a Mascararte pretende assumir, envolvendo as escolas na organização e apoio à iniciativa, segundo a vereadora da Cultura, Cristina Figueiredo.
A novidade desta edição passa pela introdução no programa de uma tradição da aldeia de Outeiro, no concelho de Bragança, a dança da rosca e arrematação do Charolo, um andor enfeitado com roscas (pão) que faz parte dos rituais religiosos e que é arrematado no final da festa de São Gonçalo, no mês de Janeiro.
Na Mascararte, o resultado da arrematação do Charolo reverterá para uma instituição de solidariedade.
O objectivo é «dinamizar e dar a conhecer as tradições das aldeias», segundo o presidente da Câmara, associando-as à bienal que atrai curiosos portugueses e espanhóis.
Ao longo de 12 anos, a Mascararte contribuiu para criar um museu e uma academia da máscara em Bragança e para «um comércio razoável de artesãos e construtores» nesta região, de acordo com Luís Canotilho, do Instituto Politécnico de Bragança.
«Há como que uma espécie de orgulho que estava adormecido por parte das comunidades rurais», constatou.
As tradições locais vão ser representadas também numa peça de teatro, «Eles tapam a cara com máscaras de lata e de madeira», produzida propositadamente para o evento pela companhia Este, do Fundão, e que será apresentada nos quatro dias da bienal.
Será ainda apresentado o livro «Máscara e danças rituais» da autoria de António Tiza, um estudioso local destas tradições transmontanas, que têm maior visibilidade nos coloridos e endiabrados Caretos das Festas dos Rapazes, entre o Natal e o Carnaval.
A Mascararte encerra com a tradicional queima do mascareto para «espantar os males» e dar as boas vindas ao novo ano com os ritos ligados à passagem e à fertilidade.
A contenção financeira ditada pela crise obrigou a uma redução de 22% no orçamento no evento, para 24 mil euros, como observou o autarca local, que garante, apesar dos cortes, animação durante os quatro dias da bienal.

Café Portugal/Lusa

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