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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

“A prevenção é a arma principal”

Hoje assinala-se o Dia Mundial da Luta Contra o Cancro. Para detectar situações numa fase precoce, a Associação Portuguesa de Medicina Dentária Hospitalar e o Núcleo Regional Norte da Liga Portuguesa Contra estabeleceram uma parceria e inauguraram, há dois anos, uma Unidade Móvel de Estomatologia e Medicina Dentária, que percorre o Norte do País. Este sábado vai estar em Bragança, no Centro de Saúde de Santa Maria, a partir das 10 da manhã, para realizar consultas gratuitas de diagnóstico precoce de cancro oral.
Em entrevista ao Jornal NORDESTE, o presidente da Associação Portuguesa de Medicina Dentária Hospitalar, João Leite Moreira, fala sobre a prevalência deste tipo de cancro em Portugal e deixa concelhos para previr a doença.
Jornal Nordeste (JN) -Bragança vai receber um rastreio do cancro oral. A realização destas iniciativas junto das pessoas tem contribuído para detectar casos numa fase precoce?
João Moreira (JM) - Sem dúvida. A Unidade Móvel de Estomatologia e Medicina Dentária nasceu na sequência de um protocolo celebrado entre a Associação Portuguesa de Medicina Dentária Hospitalar e o Núcleo Regional Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro. Surgiu esta unidade que tem como objectivo efectuar consultas de diagnóstico precoce de cancro oral, não propriamente um rastreio de cancro oral, porque em Portugal não está definido nenhum rastreio para o cancro da cavidade oral os rastreios definidos são o cancro colorectal, colo do útero, mama e eventualmente da próstata. Ara a cavidade oral e para a pele estão definidas consultas de diagnóstico precoce, porque quanto mais cedo se conseguir efectuar este diagnóstico menor a probabilidade de mortalidade e de morbilidade provocada pelo cancro da cavidade oral. 
JN - Há dados sobre a prevalência deste tipo de cancro em Portugal e em particular no distrito de Bragança?
JM - Os dados de que dispomos são da Agência Internacional de Pesquisa em Cancro e do Registo Oncológico Nacional que apontam perto de 1500 casos para o território nacional, de cancros da cavidade oral, isto para 2006, que é o último ano de que há registo. 
JN - Este tipo de cancro é menos conhecido, pelo menos não se houve falar tanto dele como de outros tipos de cancro. Isso leva a que as pessoas estejam menos atentas a sinais importantes para detectar a doença numa fase inicial?
JM - Sem dúvida. Todos partilhamos de uma opinião de que a cavidade oral é muitas vezes o parente pobre, ou seja a Saúde Oral é o parente pobre da Saúde em Portugal, e não só, a que não falhará também a questão do cancro oral que acaba por ser um cancro menos considerado.
Os homens são mais atingidos, numa relação de quatro para um em relação às mulheres. 75 por cento dos homens para 25 por cento de mulheres. A percentagem no total de cancros andará à volta de 7 por cento, o que coloca em quinto lugar neste ranking geral das neoplasias malignas. E se juntar o cancro da cavidade oral e faringe, da laringe e de dois terços superiores do esófago, somar estas percentagens todas, leva-nos para números muito próximos por exemplo do cancro do pulmão. Por outro lado, há um maior número de casos de cancro da cavidade oral do que por exemplo cancro da pele, leucemias, linfomas, que são cancros mais falados.
Tratado numa fase precoce, a mutilação cirúrgica é muito menor e este cancro é curável. Agora deixá-lo avançar, a massa tumoral será muito maior, a cirurgia será muito mais mutilante e os tratamentos complementares de radioterapia e de quimioterapia também deixam as suas sequelas consideráveis. E portanto quanto mais avançado estiver o tumor menor a probabilidade de cura e maior a probabilidade de deixar sequelas. A pessoa pode ficar, por exemplo, sem metade de um maxilar, muitas vezes atingem-se a parte externa, que deixa marcas profundas.
JN - Desde que a Liga Portuguesa Contra o Cancro iniciou os rastreios do cancro oral na comunidade, que resultados é que já foram alcançados?
JM - Estas consultas tiveram início há cerca de dois anos e já ultrapassámos as 2 mil consultas efectuadas, e fizemos o encaminhamento institucional de cerca de 10 por cento, cerca de 200 paciente observados, com lesões suspeitas, que têm necessidade de ser tratadas, de serem seguidas, que deixadas ao seu curso seriam 200 doentes que estariam em risco de sofrerem sequelas muito, muito piores se não houvesse este diagnóstico precoce. Em muitos deles nem sequer ficam sequelas que sejam visíveis ou que sejam limitativas, porque foram de facto observados atempadamente.
JN - Que conselhos quer deixar aos nossos leitores relativamente ao Cancro Oral?
JM - Como já referi, os três grandes factores etiológicos são o álcool, o tabaco e a má higiene oral. Cada vez mais nós vemos um número imenso de jovens com hábitos etílicos pesados, associados a hábitos tabágicos, às vezes sem os cuidados adequados de higiene oral e sem outros cuidados, há pouco referi o vírus HPV, um vírus de transmissão sexual, e a importância também de todos os cuidados preventivos inerentes às doenças sexualmente transmissíveis.
Tendo todos estes cuidados, nós podemos evitar em grande medida a probabilidade de podermos vir a padecer de uma destas patologias. Se associarmos isto a uma visita regular a um médico dentista ou a uma estomatologista que os sigam, fica muito minorada a probabilidade de virem a sofrer de uma destas patologias.
A prevenção, como qualquer doença, é a arma principal, tendo em vista evitar este tipo de doença e este flagelo, que deixa mutilações muito profundas quando é detectado tardiamente. 
Destaques
“Estas consultas tiveram início há cerca de dois anos e já ultrapassámos as 2 mil consultas efectuadas, e fizemos o encaminhamento de cerca de 10 por cento, cerca de 200 paciente observados, com lesões suspeitas”.
“Tratado numa fase precoce, a mutilação cirúrgica é muito menor e este cancro é curável”.

in:jornalnordeste.com

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