Os responsáveis pela saúde em Bragança e Vila Real anunciaram hoje que vão defender em conjunto um reforço do equipamento de radioterapia para tratar os doentes transmontanos na região e acabar com o grosso das deslocações ao Porto.
A região de Trás-os-Montes e Alto Douro, que abrange os distritos de Bragança, Vila Real e parte do de Viseu, dispõe há cinco anos de um Centro Oncológico em Vila Real, que ainda não consegue o propósito para que for concebido de dar resposta também aos doentes do Nordeste Transmontano.
A radioterapia é área que necessita de um reforço adicional, segundo adiantou hoje o presidente do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), Carlos Cadavez, à margem do anúncio, em Bragança, de uma parceria com a Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSNE) na área da oncologia.
"Neste momento só temos um acelerador e temos poder de resposta para todos os doentes do CHTMAD, [mas] esse acelerador não pode dar resposta aos doentes do Nordeste Transmontano", explicou, referindo-se ao equipamento utilizado nesta terapia.
Carlos Cadavez adiantou que está a envidar esforços, junto da tutela, ajudado pelo Conselho de Administração da ULSNE, para aquisição de um segundo acelerador, "que é necessário e premente para tratar todos os doentes localmente".
O presidente da ULSNE, António Marçôa frisou que "apoia incondicionalmente" o CHTMAD "na vontade que tem em aumentar a capacidade em radioterapia".
"Porque nós sabemos que, sem isso, inevitavelmente alguns dos nossos doentes estarão a fazer as tais viagens desconfortáveis para o Porto, quando era escusado, podia ser feito em Vila Real", sustentou.
Vila Real fica a meio caminho entre Bragança e o Porto e reduzira a viagem de mais de 200 quilómetros que muitos doentes oncológicos fazem para receber tratamentos de radioterapia no Instituto Português de Oncologia (IPO).
A ULSNE gasta anualmente 220 mil euros em transporte de doentes, a maioria desta especialidade, o que para o responsável pelo Centro Oncológico, Carlos Cadavez "é muito dinheiro, além do desconforto do doente".
Carlos Cadavez ressalvou que a instalação de um segundo acelerador não significa que a região fica "autossuficiente" no tratamento de doentes oncológicos.
"Somos capazes de responder a 80% das necessidades, os outros 20% são tratados no IPO, são situações de diferenciação", explicou, apontando os casos das neoplasias do pescoço e da cabeça.
O presidente da ULSNE, António Marçôa, reforçou que se existisse capacidade adicional "toda a população do Nordeste podia ser tratada em Vila Real, mantendo na mesma o IPO toda a sua diferenciação e a sua excelência de tratamento nos casos que são muito mais diferenciados"
"Eu penso que isso devia ser feito rapidamente, instalada a capacidade adicional na radioterapia", insistiu, reiterando o apoio a Vila Real para alcançar este objetivo.
HFI // JGJ
Lusa/fim
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