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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Alheira de Mirandela promete inovação na dieta de doentes renais

Um médico prescrever uma alheira para a dieta de um doente renal pode parecer um contrassenso que uma clínica de hemodiálise de Mirandela acaba de contrariar com um enchido adaptado às necessidades de quem padece da doença.

O alimento foi apresentado hoje e resulta de um desafio lançado pela empresa Tecsam, responsável pela unidade de Mirandela, à Faculdade de Ciências de Nutrição do Porto, que encontrou a receita na original alheira à base de aves criado pelos judeus e que ao longo dos tempos foi sendo adaptada à tradições transmontanas da carne de porco.

Os promotores prometem, a partir da terra da famosa alheira de Mirandela, criar um alimento que pode também ajudar a atenuar o problema de subnutrição de proteínas de que padecem alguns doentes renais em hemodialise, por não comerem carne e peixe.

A responsável pelo estudo para o projeto produtos alimentares adaptados a doentes em hemodiálise, Olívia Pinho, confessou hoje que quando foi confrontada com o desafio hesitou por lhe parecer um contrassenso dar alheira, um enchido gordo e salgado, a estes doentes.

As desconfianças despareceram depois de a empresa de Mirandela lhe ter apresentado a ideia que surgiu da dificuldade em alimentar os hemodialisados, que ficam com um baixo teor de proteína, com perda de músculo e por vezes desnutrição.

Analisou várias alheiras produzidas nesta região de Trás-os-Montes e encontrou aquela que tem o ponto certo para estes doentes: um enchido à base de carne de aves, com azeite, pão e ervas aromáticas, em vez da carne de porco, banha e alho.

Esta alheira tem menos potássio e sódio, que estes doentes não podem ingerir.

A investigadora alerta, contudo que "tem de se ter muito cuidado e alguma vigilância sobre os restaurantes que vão aderir" e "atenção à quantidade" que os doentes vão ingerir.

Uma das principais produtoras de alheira em Mirandela, Sónia Carvalho, forneceu alguns produtos para a fase de investigação e garantiu que, nos estudos realizados, a tradicional alheira de caça que confeciona foi aprovada com apenas alguns ajustes nos teores de sal.

Os produtores vão poder comercializar este enchido com um rótulo adaptado a chamar a atenção de que pode ser consumido por estes doentes.

O administrador da empresa responsável pelo centro de hemodialise, Nunes Azevedo, explicou como surgiu esta ideia e novo produto já experimentado entre os cerca de 100 doentes que fazem tratamento nesta unidade.

"Aos doentes que têm resistência à ingestão de carne e peixe, sempre que lhes fazia a pergunta: e uma alheira, come? A resposta era 100 por cento positiva e, daí, surgiu esta ideia", contou.

O curioso, continuou, é que, embora com menos sal e com estas caraterísticas, "os doentes saborearam a alheira e gostaram imenso dela".

A empresa vai agora realizar um estudo em doentes desnutridos, a quem será dada uma alheira no final de cada sessão de hemodialise para perceber de que forma contribui para atenuar o problema de desnutrição proteica.

As conclusões serão apresentadas no congresso português de nefrologia e na Associação europeia de dialise e transplante.

O administrador espera que a clínica com a empresa mãe em Mirandela possa "dar à comunidade internacional um alimento que o doente renal gosta e resolver o problema de subnutrição proteica".

Para breve está também o lançamento de um livro com receitas de vários chefs de cozinha transmontanos à base de alheira para doentes renais e a forma de a combinar com outros alimentos.

HFI // MSP
Lusa/fim

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