Quem espera, desespera, diz o saber popular.
E é o caso de José Pinto, de 46 anos, que aguarda uma cirurgia plástica a uma úlcera de pressão na nádega direita há sete meses. Cirurgia essa que, garante, o ajudaria a melhorar a qualidade de vida que tem atualmente.
José, natural de Castelãos, no concelho de Macedo de Cavaleiros, ficou paraplégico em 2000, na sequência de um acidente de viação, e desde então é cuidado pela mãe, Maria de Lurdes Pinto, de 73 anos.
Em outubro de 2013, José descobriu que a ferida que insistia em não curar era afinal uma úlcera de pressão isquiátrica. Começou a receber tratamento domiciliário desde então, com cuidados de penso diário e limpeza do local afetado.
Oito meses depois deste diagnóstico, a 9 de junho de 2014, José deslocou-se ao Hospital de Santo António, no Porto, onde tinha sido indicado para uma primeira consulta na especialidade de cirurgia plástica. À data, segundo documentos médicos a que a Onda Livre teve acesso, a úlcera de pressão tinha 5 cm de profundidade. O doente alega que, desde essa primeira consulta, só voltou em agosto do mesmo ano, para fazer uma TAC.
José espera ansiosamente pela cirurgia que possa resolver o problema, porque, segundo o próprio, as dores são insuportáveis, e têm dificultado ainda mais a possibilidade de manter uma vida normal. Durante algum tempo, José ia a uma instituição do concelho, onde trabalhava em peças de artesanato. Agora, José diz não sair de casa, e, por vezes, devido às dores provocadas pelos tratamentos diários, o mal-estar é tanto que deixa mesmo de ter vontade até de se alimentar.
Segundo ainda os mesmos documentos médicos a que a Onda Livre teve acesso, José ficou inscrito na lista de espera para cirurgia plástica no Hospital de Santo António a 21 de julho de 2014, cerca de um mês e meio após a primeira consulta, com um nível de prioridade clínica normal.
Mãe e filho alegam ter recebido uma carta do Hospital de Santo António, em outubro de 2014, a informar que a cirurgia só seria realizada dentro de dois anos, ou seja, no mesmo mês, em 2016.
Maria de Lurdes Pinto, que cuida sozinha do filho há 15 anos, desde o acidente que lhe retirou a mobilidade da cintura para baixo, conta que foram encaminhados pelo Hospital de Macedo de Cavaleiros para o Porto, e que a falta de informação e a demora do caso a está a deixar desesperada. Por isso, resolveram divulgar a história nos meios de comunicação social.
Maria de Lurdes acrescenta também que, em determinados períodos de tempo, o filho de recusa a falar e a comer, o que já o levou a perder muito peso. Maria de Lurdes teme pelo futuro do filho caso a situação permaneça inalterada por muito mais tempo.
Tentámos contactar o Hospital de Santo António para esclarecimentos sobre o caso, mas até à data de redação desta notícia não tínhamos recebido qualquer resposta.
De acordo com outros documentos médicos a que a Onda Livre teve acesso, é relatado que este é um caso que se arrasta para lá do tempo razoável, e em que se destacam ainda os custos incalculáveis com os cuidados de enfermagem, que duram já há cerca de 15 meses.
Entretanto, pesquisas feitas pela Onda Livre, baseadas em números das listas de espera para cirurgia plástica, divulgados por alguns hospitais nacionais, indicam que entre outubro e dezembro do ano passado, o tempo médio de espera para uma operação desta natureza poderia rondar os 87 e os 274 dias. Ou seja, entre 3 a 9 meses.
Escrito por ONDA LIVRE
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