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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

Visita à escola primária

 
Por volta de 1959 e antes de fazerem a escola nova a senhora Dona Helena Felgueiras, professora primária de Brunhoso, dava a escola, como nós dizíamos, na casa da paróquia, ao cimo da Rua do Balcão. Ainda existe esta casa, agora remodelada graças à intervenção da Junta de Freguesia e dos Moredos do Brasil, em especial o José Manuel Moredo.
Dava um grande volume contar a saga desta família, originária de Brunhoso e que hoje são um potentado económico no Brasil, principalmente na indústria dos mármores e granitos. Mas isso é outra história e hoje quero falar-vos do tempo em que ali funcionava a escola primária.
Andavam nessa escola os meus irmãos Francisco e João. Como se entrava para a escola aos sete anos, eu teria cinco anos e o meu irmão Zé três. Como não me lembro de o Martinho andar connosco nesse dia, é porque ainda não tinha autonomia para andar tão longe de casa, o que me leva a concluir que teríamos as idades que referi. Quando muito teríamos mais um ano cada. O Martinho teria um ano, apesar de ladino e ter começado a andar muito cedo.
Nas nossas deambulações pelo povo, resolvemos eu e o Zé, que nesse dia iríamos ver o Chico e o João à escola.
Era costume os garotos começarem muito novinhos a fazer algumas coisas da lavoura, como levar as vacas a beber, outras vezes levá-las à regada , ali na Lagariça, outras vezes irmos para Vale de Cabo a ajudar a regar e outras coisas como cavar as batatas ou o milho, andarem pelo povo nas suas brincadeira.
Esse dia, andávamos na jolda pelo povo e surgiu aquela lembrança!
E se bem o pensámos, melhor o fizemos! Aí vamos nós, pela rua do balcão acima até chegar ao cimo, onde começa a rua da Malhada. Ali à direita, aí estaca a casa da escola. Chegámos à porta e abrimos. Era ver os garotos todos da escola a olhar para nós. A professora, a senhora Dona Helena, veio à porta e perguntou-nos o que estávamos ali a fazer. Nada, lhe dissemos. Deu-nos uma desanda que corremos e só parámos em casa. A Dona Helena tinha a fama de ser uma professora muito brava.
E foi esta a primeira visão que tive do mundo dos estudos. Os garotos e as garotas sentados e a professora muito enraivada por lhe termos interrompido a lição. Todos muito caladinhos porque o respeito era muito e as reguadas para quem se portasse mal faziam doer muito as mãos. Já bondava as que levávamos por não saber as contas e a gramática! Aí é que não havia nada a fazer!

Leça do Balio, 2 de Agosto de 2009

António Magalhães

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