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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

O povo meteorologista

Sentenças que ficam na memória depois de tudo o que vai esquecendo, os provérbios condensam, por isso, saberes do povo antigo. Saberes vividos, experienciados, testados na cosmogonia, autorizados pelo tempo.
O que há então a esperar do mês de abril? “Águas mil”, pois claro, “quantas mais puderem vir”… mas “peneiradas por um mandil”. Um mandil é o pano grosseiro com que as mulheres transmontanas faziam os aventais. Por isso, é bom que a chuva venha, de preferência muita e constante, mas que venha bem doseada, de pingas mansas e finas para que penetre lentamente na terra sem destruir os renovos.

Ou seja, a natureza em abril faz o seu trabalho: “Por onde a água de abril passou, tudo espigou” e “a água em abril carrega o carro e o carril” ou “abril frio e molhado, enche o celeiro e farta o gado”.

É, por isso, um tempo de bonança para o homem, que sempre pode ficar mais tempo em casa, à lareira, a descansar. Daí o provérbio “em abril queima a velha o carro e o carril”. E também: “em abril, queima o velho o carro e o carril, e a canga que ficou logo em maio a queimou” ou “em abril dorme o criado mandrião, e em maio dorme o criado e o patrão”. Depois, é ver o resultado: “Em abril, cada pulga dá mil”.

E o estômago que se cuide: “Quem come caracóis em abril, prepare a cera e o panil” (pois bem sabe este povo que os caracóis, colhidos sob a terra enlameada, são iguaria traiçoeira).

Quanto às geadas, nem é bom falar: “A geada de março tira o pão do baraço e a de abril nem ao baraço o deixa ir”.

E se estes ditames meteorológicos não se cumprirem? Então… “se não chover entre março e abril, dará o rei a filha a quem a pedir”.

Saberes do povo. Saberes de gente sábia.

AP
in:diariodetrasosmontes.com

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