Quatro anos depois do previsto, a Autoestrada do Marão é inaugurada hoje, num investimento de 398 milhões.
A partir da meia-noite, a viagem do Porto a Bragança torna-se mais rápida e, ao que tudo indica, mais segura. Por essas garantias o automobilista vai pagar, no mínimo, 7,30 euros. Sete anos depois do início das obras, o Túnel do Marão é inaugurado hoje, permitindo a ligação de Amarante a Vila Real, onde se junta à Autoestrada Transmontana que segue até à fronteira. Tem 5,6 quilómetros, o que faz dele o maior túnel rodoviário da Península Ibérica.
A Autoestrada do Marão tem 30 quilómetros e vai concluir a ligação por autoestrada (A4) entre o Porto e Bragança. Desta forma, visa contribuir para o desenvolvimento de Trás-os-Montes e do Douro, garantindo uma viagem em melhores condições e segurança e permitindo que os automobilistas não percam tanto tempo. Como a alternativa era o IP4, um percurso de montanha onde morreram 136 pessoas em 20 anos, é esperado que diminua a sinistralidade.
Numa situação de circulação normal, o percurso do túnel - que dispõe de um sofisticado sistema de segurança - demora cerca de quatro minutos. Lá dentro, existem 126 câmaras de videovigilância, 82 postos SOS, 470 altifalantes, 72 ventiladores e 12 km de cabos sensores de temperatura que detetam incêndios.
Segundo a Infraestruturas de Portugal, a autoestrada do Marão representa um investimento global de 398 milhões de euros, dos quais 89 milhões são financiamento comunitário. Lançada em 2008 pelo governo de José Sócrates como uma parceria público-privada, a obra avançou no ano seguinte. Tinha um investimento previsto de 458 milhões de euros, dos quais 341 milhões eram destinados à sua construção, e deveria ter ficado concluída em 2012.
A obra de escavação acabaria suspensa por duas vezes, devido a um processo judicial interposto por uma empresa que explorava águas nesta serra. Pedro Passos Coelho tinha acabado de tomar posse como primeiro-ministro, em junho de 2011, quando a construção da autoestrada foi suspensa devido a dificuldades financeiras da concessionária.
"Foi possível ultrapassar essa situação grave e resgatar a concessão [em 2013], o que permitiu, apesar dos inconvenientes resultantes do atraso na conclusão da obra, ainda assim poupar cerca de mil milhões de euros ao erário público", disse o ex primeiro-ministro à Lusa.
Já o ex-secretário de Estado das Obras Públicas nos governos de José Sócrates, Paulo Campos, negou ontem essa poupança, contrapondo que os encargos até aumentaram. "Como se evidencia no estudo encomendado pelo governo de Pedro Passos Coelho [à Ernst & Young sobre os custos de 36 parcerias público-privadas (PPP)], em 2012, o custo estimado para a obra era em valores atuais líquidos de 166 milhões de euros a serem pagos em 30 anos. O que sabemos já hoje, na sequência da intervenção do anterior governo PSD/CDS, é que o Estado, também em valores líquidos atuais, já pagou à cabeça 400 milhões de euros", sustentou o dirigente socialista.
Entretanto, o deputado José Luís Ferreira, de Os Verdes, entregou na Assembleia da República uma pergunta em que questiona o governo, através do Ministério do Ambiente e do Ministério do Planeamento e Infraestruturas acerca dos impactos negativos do Túnel do Marão no meio ambiente e na população. A ideia é que sejam encontradas "soluções para a salvaguarda do Baldio de Ansiães, tido como um dos melhores exemplos desta forma ancestral de gestão de propriedade que são as áreas comunitárias".
Diário de Notícias
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(Henrique Martins)
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