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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 20 de dezembro de 2025

O primeiro Duque de Bragança a ter «sangue bragançano» e uma feira franca, em Bragança, há 570 anos

Por: Rui Rendeiro Sousa
(Colaborador do "Memórias...e outras coisas...")


 Há mais de 750 anos, Bragança teve direito à sua primeira carta de feira anual, concedida por D. Afonso III, aquele que tinha o «último Braganção» como Meirinho-mor e como perceptor do infante D. Dinis.

Até ao século XV foram inúmeras as tentativas, por parte dos monarcas, de revitalizar a actividade comercial em Bragança. Tudo aponta, porém, para que as várias vicissitudes pelas quais foi passando a ainda então vila, por entre epidemias ou guerras, permissão não davam a esse almejado desenvolvimento económico. 

Decorria o ano de 1455, há precisamente 570 anos, quando o 3º Duque de Bragança, D. Fernando II, que pretendia dar novo alento à vila, solicitou ao monarca, D. Afonso V, autorização para a realização de uma feira franca anual, com a duração de dezasseis dias. Autorização essa que seria concedida, com diversas regalias fiscais e demais privilégios. Não interessa aqui dissecar o diploma régio, ficando, no entanto, este apontamento sobre a vida económica de Bragança, que então havia chegado a «gramde despovoraçam e danefficamento da dita bila». E acedeu o monarca, para «a dita mylhor poborar», que aí fosse realizada a referida feira franca. 

Cerca de 11 anos após, seria Bragança elevada à categoria de cidade, o que poderá ser visto como um sintoma de que a revitalização terá sido, de alguma forma, conseguida. O que, presume-se, terá deixado o «nosso» Duque de Bragança, com «sangue bragançano», por via materna, satisfeito. Coincidentemente, nasceria nesse ano de 1455, o filho de D. Afonso V, o futuro D. João II, de tão más memórias para os Duques de Bragança. Porque seria este monarca, menos de 30 anos volvidos sobre a instauração da feira franca aqui trazida, a mandar «limpar o sebo» ao «nosso» Duque de Bragança, D. Fernando II.

Sendo preciso esperar por D. Manuel I para reabilitar a Casa Ducal de Bragança, através de D. Jaime I, 4º Duque de Bragança, filho do referido D. Fernando II, o que solicitou a feira franca para Bragança, há 570 anos. A partir deste Duque, seria uma outra história para a Casa Ducal de Bragança, até se chegar ao seu trineto, o 8º Duque de Bragança, o futuro Rei D. João IV. Sempre com «sangue bragançano» pelo meio. Coisas...


Rui Rendeiro Sousa
– Doutorado «em amor à terra», com mestrado «em essência», pós-graduações «em tcharro falar», e licenciatura «em genuinidade». É professor de «inusitada paixão» ao bragançano distrito, em particular, a Macedo de Cavaleiros, terra que o viu nascer e crescer. 
Investigador das nossas terras, das suas história, linguística, etnografia, etnologia, genética, e de tudo mais o que houver, há mais de três décadas. 
Colabora, há bastantes anos, com jornais e revistas, bem como com canais televisivos, nos quais já participou em diversos programas, sendo autor de alguns, sempre tendo como mote a região bragançana. 
É autor de mais de quatro dezenas de livros sobre a história das freguesias do concelho de Macedo de Cavaleiros. 
E mais “alguas cousas que num são pr’áqui tchamadas”.

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