No coração de Outeiro, entre ruas estreitas e casas de pedra, erguia-se o imponente Castelo de Outeiro. Durante séculos, as suas torres e muralhas tinham resistido a ventos, guerras e esquecimentos, guardando segredos de tempos antigos. Diziam que o castelo pertencia a um rei mouro de olhar severo e de grande sabedoria, senhor de terras vastas e de ouro que reluzia como o sol poente.
A princesa Moura vivia ali, protegida por uma aia fiel, rodeada por tapecarias e flores que cresciam nos jardins suspensos do castelo. Porém, aquela noite prometia não ser como as outras. O céu estava coberto de nuvens pesadas, e o vento parecia sussurrar advertências que só os corações atentos poderiam ouvir.
Quando os primeiros invasores chegaram, homens mascarados, barulhentos e impiedosos, o castelo tremeu. As portas foram arrombadas, os corações dispararam, e o eco de gritos encheu o salão principal. A princesa, com medo mas sem perder a compostura, agarrou a mão da sua aia e correu pelos corredores secretos que apenas elas conheciam. O coração pulsava como um tambor de guerra, mas o pensamento estava firme, salvar-se e proteger o que era mais precioso, o tear antigo da sua mãe e os novelos de ouro, tesouro de gerações.
A passagem subterrânea era estreita e húmida, escavada na rocha há séculos, que contava histórias que ninguém podia compreender. A luz de tochas mortiças dançava nas paredes, projetando sombras que pareciam figuras do passado. Passo a passo, a princesa e sua aia avançavam, ouvindo os gritos do inimigo ecoarem sobre as suas cabeças. A cada curva, a esperança misturava-se com o medo.
Finalmente, depois de horas que pareciam dias, chegaram ao local chamado “Castramouro”. Um espaço escondido, isolado da povoação, guardado por uma fraga onde escorria água cristalina, a Fraga da Moura. A água caía suavemente, como lágrimas de tempos antigos, e as pedras, cobertas de musgo, pareciam segurar o segredo de tudo o que ali tinha acontecido. Ali, a princesa Moura instalou-se, levando consigo o tear e os novelos de ouro, e prometendo a si mesma que o mundo jamais esqueceria o seu lamento e a sua arte.
E foi nessa noite, sob a luz prateada da lua, que a lenda se começou a formar. Os aldeões diziam que, se alguém ousasse aproximar-se da fraga à meia-noite, podia ouvir o som do tear, suave e melancólico, e o murmúrio da princesa, eternamente tecendo o destino perdido do castelo.
N.B.: Este conto teve como base a Lenda de Outeiro "A Moura Encantada" e a colaboração, na construção do "esqueleto" da IA. A narrativa e os personagens fazem parte do mundo da ficção. Qualquer semelhança com acontecimentos ou pessoas reais, não passa de mera coincidência.

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