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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 21 de dezembro de 2025

A Moura Encantada - Parte 1 – O Castelo e a Fuga


 No coração de Outeiro, entre ruas estreitas e casas de pedra, erguia-se o imponente Castelo de Outeiro. Durante séculos, as suas torres e muralhas tinham resistido a ventos, guerras e esquecimentos, guardando segredos de tempos antigos. Diziam que o castelo pertencia a um rei mouro de olhar severo e de grande sabedoria, senhor de terras vastas e de ouro que reluzia como o sol poente.

A princesa Moura vivia ali, protegida por uma aia fiel, rodeada por tapecarias e flores que cresciam nos jardins suspensos do castelo. Porém, aquela noite prometia não ser como as outras. O céu estava coberto de nuvens pesadas, e o vento parecia sussurrar advertências que só os corações atentos poderiam ouvir.

Quando os primeiros invasores chegaram, homens mascarados, barulhentos e impiedosos, o castelo tremeu. As portas foram arrombadas, os corações dispararam, e o eco de gritos encheu o salão principal. A princesa, com medo mas sem perder a compostura, agarrou a mão da sua aia e correu pelos corredores secretos que apenas elas conheciam. O coração pulsava como um tambor de guerra, mas o pensamento estava firme, salvar-se e proteger o que era mais precioso, o tear antigo da sua mãe e os novelos de ouro, tesouro de gerações.

A passagem subterrânea era estreita e húmida, escavada na rocha há séculos, que contava histórias que ninguém podia compreender. A luz de tochas mortiças dançava nas paredes, projetando sombras que pareciam figuras do passado. Passo a passo, a princesa e sua aia avançavam, ouvindo os gritos do inimigo ecoarem sobre as suas cabeças. A cada curva, a esperança misturava-se com o medo.

Finalmente, depois de horas que pareciam dias, chegaram ao local chamado “Castramouro”. Um espaço escondido, isolado da povoação, guardado por uma fraga onde escorria água cristalina, a Fraga da Moura. A água caía suavemente, como lágrimas de tempos antigos, e as pedras, cobertas de musgo, pareciam segurar o segredo de tudo o que ali tinha acontecido. Ali, a princesa Moura instalou-se, levando consigo o tear e os novelos de ouro, e prometendo a si mesma que o mundo jamais esqueceria o seu lamento e a sua arte.

E foi nessa noite, sob a luz prateada da lua, que a lenda se começou a formar. Os aldeões diziam que, se alguém ousasse aproximar-se da fraga à meia-noite, podia ouvir o som do tear, suave e melancólico, e o murmúrio da princesa, eternamente tecendo o destino perdido do castelo.

N.B.: Este conto teve como base a Lenda de Outeiro "A Moura  Encantada" e a colaboração, na construção do "esqueleto" da IA. A narrativa e os personagens fazem parte do mundo da ficção. Qualquer semelhança com acontecimentos ou pessoas reais, não passa de mera coincidência.

HM - com IA e IN

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