Os 75 anos da história do jornal diocesano de Bragança têm inspirado antigos directores de jornais da cidade a publicar edições comemorativas.“Bodas de Diamante do Mensageiro de Bragança- o passado e o presente, o seu tempo e a sua história” é o mais recente livro dedicado ao tema.
O autor é Inocêncio Pereira, que durante décadas desempenhou as funções de administrador, chefe de redacção e director do jornal. Foi apresentado esta terça-feira, ainda a propósito das bodas de prata sacerdotais do bispo D. José Cordeiro, que se comemoraram na semana passada.Já no final do ano passado, tinha sido lançado o livro “Mensageiro de Bragança, 75 anos ao serviço da região”, da autoria de César Urbino, um dos fundadores e directores do Jornal “A Voz do Nordeste”, que entretanto deixou de publicar.
Duas publicações que, apesar de reflectirem algumas partes da história do jornal, deixam ainda muito por escrever. Esta foi a opinião vincada por actuais e antigos colaboradores do jornal durante a apresentação do último livro.Um deles, o escritor brigantino Fernando Calado, referiu, por exemplo, que numa futura publicação há que destacar a figura do padre Manuel Formigão, cónego capitular da Sé de Lisboa, que impulsionou a fundação do jornal e de quem pouco se tem falado. “O Mensageiro de Bragança acompanha de perto a história da diocese e a história do distrito. Por mais livros que se escrevam sobre o Mensageiro, haverá sempre muito a dizer. A sugestão que eu deixei, foi que se fizesse uma investigação profunda sobre o facto do cónego Manuel Nunes Formigão ter aparecido em Bragança para fazer o lançamento do Mensageiro e para reconstruir esta diocese. É uma personalidade ímpar, ligada às aparições de Fátima e deveria ser investigado como e porquê apareceu em Bragança e os contributos que ele deu para a historia do jornal e da diocese”, frisou o escritor.
Também o vice - provedor da Fundação Mensageiro de Bragança, padre Sobrinho Alves, acredita que esta é uma rampa de lançamento para futuras investigações do meio de comunicação diocesano e do seu contributo para a história da região. “É claro que cada livro tem sempre um pouco dasubjectividade do seu autor. Já há outro livro sobre o Mensageiro e é bom que apareçam mais. São ópticas diferentes e, ao mesmo tempo, vão-se aprofundando certas coisas, que podem ficar para trás, na óptica de um determinado escritor. São muitas as partes que necessitam de ser estudadas e analisadas, sobretudo, de décadas importantes como foram a de 60, 70, o pós 25 de Abril… Há épocas em que o Mensageiro foi uma fonte muito importante para fazer a historia da Igreja na diocese de Bragança”, sublinhou o antigo director do Mensageiro.
Um livro que, mais do que episódios da história do Mensageiro, reflecte a forma como o antigo director Inocêncio Pereira encarou a sua missão no jornal, a visão que tem do jornalismo e até da forma como o órgão de comunicação foi administrado nos últimos anos. O autor do livro apresentado esta terça-feira, ouviu atentamente as críticas e sugestões que vieram da plateia, composta por colaboradores do jornal, autores e professores, à compilação de factos e opiniões que preparou sobre a história do jornal.
Inocêncio Pereira refere que o livro “Bodas de Diamante do Mensageiro de Bragança” é, essencialmente, uma homenagem à diocese. E deixa o aviso a quem esteja a pensar preparar um novo livro, de que não é fácil reunir toda a informação que marca os 75 anos do jornal. “Não faço comentários sobre o primeiro livro mas não diz nada sobre a história do jornal. Eu demorei oito meses a preparar este livro e fartei-me de consultar, investigar, escrever, rasgar, meter e tirar coisas… Tive de tirar algumas partes, porque senão o livro ia ter mais de 300 páginas e entendi que devia ter um limite”, contou o autor à Brigantia.
A publicação reflecte, assim, os setenta e cinco anos de história do Jornal diocesano “Mensageiro de Bragança” na perspectiva de Inocêncio Pereira, que trabalhou quase 30 anos ao serviço da imprensa regional.
Sara Geraldes
Escrito por Brigantia
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