Para Susana Milão, coordenadora das equipas envolvidas no projecto expositivo, a unidade é inovadora no sentido em que estabelece uma relação directa entre o grupo de investigadores e uma perspectiva a partir do presente, com o contributo de artistas contemporâneos. “Não é um centro de interpretação que se baseia em recolhas de artefactos ou de património, é uma tradução da investigação que encontra ali uma ideia de espaço”.
Para a responsável, o terceiro piso do edifício acaba por ser o “mais emotivo do museu”. “O momento mais emotivo e apoteótico, que corresponde ao período da inquisição, onde existe não só o contributo da investigação, mas também de artistas e trazemos para o presente, para a contemporaneidade, uma visão da leitura histórica”, referiu ainda a coordenadora.
Já no primeiro piso do edifício haverá a maior concentração de informação, que segue duas narrativas, uma de contextualização histórica do processo em Portugal e outra mais particular, da região. Além deste espaço, haverá um outro edifício, na mesma rua que vai albergar um centro de documentação e um memorial sobre o tema.
Quanto ao Museu Ferroviário, deverá ser instalado nos armazéns que serviram de abrigo às carruagens da estação terminal da Linha do Tua, que estão encerrados há mais de uma década.
A requalificação está a ser preparada em conjunto com a Fundação Museu Nacional Ferroviário. A gestora de projectos desta fundação, Maria José Teixeira, refere que objectivo é valorizar as potencialidades da colecção disponível e da localização do edifício, sendo para isso necessário ampliar o espaço e dotá-lo das exigências de um museu dos dias de hoje. “Será criada uma estrutura que vai permitir aos visitantes ter, a partir do exterior do edifício, uma antevisão da colecção que estará exposta. Será também feito um investimento em conteúdos multimédia e vamos proceder à limpeza de toda a colecção. A colecção de Bragança mantém-se mas podem ser acrescentadas novas peças que possam enriquecê-la”, revelou a responsável.
Maria José Teixeira acrescenta ainda que a colecção que actualmente está em Bragança “é excelente”e está “em óptimo estado”. O Município de Bragança vai investir cerca de 500 mil euros na requalificação do espaço, de forma a permitir abrir as portas ao público.
Sara Geraldes/Olga Telo Cordeiro
Escrito por Brigantia
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