A aldeia de Quintanilha, no concelho de Bragança, não designa apenas uma das fronteiras entre Portugal e Espanha situadas mais a Norte. Quintanilha é também o nome de um festival de música que, este ano, assume como nunca antes o tinha feito o seu carácter transfronteiriço: metade das bandas que compõem o cartaz chega de Espanha e há um palco instalado do outro lado do rio que divide os dois países.
O festival decorre nos dias 7, 8 e 9 do próximo mês, no parque do Colado, junto ao rio Maçãs. O cartaz do Quintanilha Rock deste ano – a sua 16ª edição – é constituído exclusivamente por bandas ibéricas, vindas sobretudo do rock independente. A programação está dividia de forma equivalente entre os dois países – há nove projectos portugueses e oito espanhóis no cartaz.
Além disso, pela primeira vez, há um palco secundário do festival instalado na praia fluvial do Colado, já em território Espanhol. É aí que decorrerão os concertos das tardes do Quintanilha Rock, com espaço reservado para o duo portuense The Sunflowers ou os Toulouse, banda de Guimarães, assim como os espanhóis Yawners e Sorry Kate.
No palco principal, o grande destaque nacional são os lisboetas Capitão Fausto, uma banda que está a viver um ano de afirmação junto de um público cada vez mais vasto. Também tocarão na fronteira transmontana Plus Ultra, Cave Story, Stone Dead, Galgo e Pista, um dos habitués no cartaz do Quintanilha. De Espanha, os principais nomes escolhidos chegam de Madrid, casos dos The Parrots, projecto de surf garage com um percurso já consolidado no país vizinho, ou os Baywaves, que tocaram na última edição do Primavera Sound de Barcelona. A representação espanhola no programa do festival inclui ainda Juventud Juché, Tigres Leones, Mahalo e Alien Tango.
Os principais projectos musicais chegarem das capitais dos dois países, mas o Quintanilha sublinha a sua condição transmontana. O arranque oficial do festival acontece num restaurante típico, a Adega do Fanhascas, na aldeia de Quintanilha, com um concerto de Homem em Catarse. A oferta de alimentação é um dos principais atractivos: no lugar dos habituais vendedores de comida rápida encontram-se restaurantes locais que servem pratos e produtos tradicionais transmontanos, como a posta de vitela ou o galo no pote. O passe geral para os três dias do festival tem um custo de 10 euros e os bilhetes diários custam 8 euros.
Jornal Público
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