Os “falares” dos países por onde andou, nunca foram impedimento para que Maria Garcia se fizesse à vida, ela e o marido.
Ao todo eram seis irmãos, nunca passaram fome, diz, mas os pais tiveram que trabalhar muito. “Tínhamos só a fartura de pão e de batatas e dessas coisinhas das hortas o meu pai fazia por isso, tínhamos hortinhas, tínhamos tudo, frutas, disso tínhamos tudo graças a Deus mas as grandezas não era muitas”.
Com 15 anos já trabalhava à jeira e ia ao rebusco do minério no Candedo, três horas ou mais de caminho, “foi duro, sabe Deus, mas hoje Graças a Deus estamos bem”. A emigração trouxe-lhe novo fôlego. Foi na América que governou a vida durante mais de vinte anos e deixou lá três filhos que vêm para a festa em Ligares, no verão.
É aqui que encontram raízes e se sentem perto da sua história e onde Maria, dos seus 81 anos, conta aos netos as histórias da terra que a viu partir muitas vezes e do lugar onde sabia que um dia iria regressar.
(abril de 2015)
Texto: Joana Vargas
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