Mestres canteiros assistentes em Bragança, arremataram em 1770 a obra da capela-mor da igreja da Figueira, freguesia de Travanca, concelho do Mogadouro. Segundo as condições da arrematação, a capela-mor teria «de comprimento, vinte e coatro palmos, e de largura, dezaseis palmos, com dois cunhais de cantaria com soco e vara e capitel na ordem toscana e terão os cunhais de face ou paramento dois palmos e meio, apilarados e levantarão altura da mesma igreja, com seu friso por cima lizo que terá de alto palmo e meio coarto de palmo, e com a cornija de papo de rola com seu filete no leito e outro no meio correrá tanto o frizo, como a cornija lados e impena das costas da cala (sic, capela?) mór com duas piramides e hûa cruz de coatro palmos de alto com pedestal bem feito como tambem as piramides feitas ó moderno e altura da obra a correspondencia da igreja.
Levará hûa fresta de cinco palmos de alto e de largo dois palmos com dois varais de ferro, com coatro travessas apilaradas por dentro e por fora, hûa porta para a sacristia apilarada só da parte da capela mór, lagiada de cantaria, hû degrau no arco cruzeiro e outro nos previsorios, que tope de parede a parede e outro que sirva de taburno do comprimento do altar e se desfará o arco cruzeiro e se fará de novo... com doze palmos de vão de largo e de alto o que pedir a mesma obra. Grossuras de paredes tres palmos e meio assentes em barro rajado e guarnecido por dentro e por fora com areia e cal. Declaro que o arco cruzeiro levará varas e capiteis na forma da mais obra e levará hûa fiada de tinta preta ou amarella de tres palmos de alto com algum feitio e adorno......» Nos apontamentos da madeira declara-se que a capela-mor seria «forrada de escama de peixe».
Pelo mesmo tempo se forrou a capela-mor da igreja paroquial dos Avantos concelho de Mirandela, e também nas condições a que devia obedecer a obra de madeira, se declara que seria forrada de «escama de peixe».
A obra da capela-mor da igreja da Figueira estava concluída em Abril de 1772, segundo se vê por uma certidão do abade de Travanca, reverendo Manuel Afonso Freire. As condições a que devia obedecer a obra foram apontadas por João Lourenço de Matos, «mestre da Sé».
Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança
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