A Federação Portuguesa de Caça (FENCAÇA) afirmou hoje que o consumo de carne de caça em Portugal é 100% seguro, na sequência de preocupações manifestadas por um movimento de caçadores sobre a alegada falta de veterinários para inspecionar a carne.
"Consumir carne de caça é 100% seguro", esclareceu hoje a Federação Portuguesa de Caça, num comunicado em que repudia "as graves insinuações em relação ao consumo da carne de caça que são recorrentes e não têm nenhuma razão de ser".
Jacinto Amaro, presidente da FENCAÇA, refuta no documento a posição expressa na segunda-feira por José Baptista, do Movimento Caçadores Mais Caça, que em declarações à agência Lusa manifestou preocupação pela insuficiência de veterinários para inspecionar a carne de caça e identificar animais doentes.
"A carne de caça é dos melhores alimentos que se pode consumir, basta consultar todos os especialistas em nutrição humana", defendeu Jacinto Amaro, lembrando que "80% das espécies de caça maior (javali, veado e gamo) abatidos em Portugal são compradas pela indústria espanhola, que os transforma, embala e coloca no mercado internacional, nomeadamente Alemanha, França e Reino Unido, que são grandes mercados com hábitos de consumo de carne de caça".
Segundo o mesmo responsável, "apenas 20% das espécies de caça maior abatidas ficam em Portugal", 10% das quais através de empresas portuguesas que as entregam no matadouro de Mafra, onde são inspecionadas, desmanchadas, embaladas e colocadas no mercado português".
Os restantes 10% são utilizados no chamado "autoconsumo", ou seja, é a carne que "o caçador caça e consome com os seus familiares", explicou.
No comunicado, a FENCAÇA garante ainda que "todas as caçadas são feitas dentro das zonas de caça" associadas quer da federação quer da ANPC (Associação Nacional de Proprietários Rurais) e da CNCP (Confederação Nacional dos Caçadores Portugueses), que no conjunto representam a maioria dos caçadores nacionais.
As três organizações "estão mais empenhadas do que ninguém no controle sanitário [da carne de caça]" e estão, segundo Jacinto Amaro, "a trabalhar em estreita colaboração com as autoridades sanitárias do país, quer seja na zona epidemiológica de risco, quer no país inteiro, com diversas amostragens".
No comunicado enviado à Lusa, a FENCAÇA esclarece assim não reconhecer representatividade ao Movimento Caçadores Mais Caça, nem as declarações do seu porta-voz, José Batista, sobre a alegada preocupação dos caçadores com "a falta de veterinários" que resulta em "milhares de javalis que não são inspecionados por médicos veterinários para dizerem se [os animais] estão ou não infetados com várias doenças, incluindo a tuberculose e a triquinoses".
Uma posição secundada pelo bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários, Jorge Cid, que confirmou em declarações à Lusa que de facto "não há veterinários suficientes" para "fazer as inspeções quer nos javalis, quer em todas as áreas da inspeção alimentar".
"Estes senhores estão a prestar um mau serviço ao setor cinegético e ao país", sublinha a FENCAÇA no comunicado, afirmando não existir, em Portugal, "um único caso de um cidadão infetado através do consumo de carne de caça", pode ler-se no comunicado.
Segundo a Federação, "não existe e não pode existir uma peça de caça, ou parte dela que entre num restaurante ou outra superfície comercial, que não esteja inspecionada por uma autoridade sanitária" e, se tal se verificar, os proprietários "terão de ser punidos porque andam a comprar os produtos onde não devem".
A polémica instalada em torno do controle sanitário da carne de caça "só prejudica o setor e beneficia os nossos vizinhos espanhóis", disse Jacinto Amaro à Lusa, temendo que Espanha "passe a levar todas as peças de caça maior".
Um cenário em que, alerta a FENCAÇA no comunicado, Espanha criará "a cadeia de valor que poderia ser nossa, fazendo com que os portugueses desconfiem e não criem hábitos de consumo de carne de caça".
A Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), numa resposta escrita enviada à agência Lusa, esclareceu que "a lei determina que a inspeção sanitária de peças de caça maior seja efetuada em estabelecimentos devidamente aprovados para o efeito", sem, no entanto, confirmar a falta de veterinários existentes para este efeito.
Agência Lusa
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