ROMEU é uma freguesia do concelho de Mirandela, bem conhecida em vários pontos do País e estrangeiro. Dista da cidade cerca de 17 km, situando se na margem direita da Ribeira de Lobos, que é um afluente do rio Tua. Não se pode dizer nada sobre o povoamento anterior ao século XIII sobre Romeu. Seria uma Quinta medieval que daria origem ao povoado.
Um dos descendentes de Estêvão Rodrigues de Mascarenhas doou Romeu com Vale de Couço aos hospitalários em fins desse século. Até ao século XV anda ligada e incluída na Terra de Ledra, e pertencia à Paróquia de Mascarenhas. D. Sancho I, o segundo rei de Portugal, doa a "Villa" de Mascarenhas ao cavaleiro fidalgo Estêvão Rodrigues, que incluía o local do Romeu. Acabou por ser aquele fidalgo a mandar povoar o local. Antes do século XVI, os seus descendentes doaram o Couto juntamente com Romeu à Ordem do Hospital, cujos cavaleiros fundaram ali, então, sobre um monte, a Ermida de N.ª Sr.ª de Jerusalém.
Apesar disso tem como orago o Santo António. Em 31 12 1853 deixa de pertencer ao concelho dos Cortiços, então extinto, para passar ao de Macedo de Cavaleiros. Porém, em 1885 já fazia parte do de Mirandela. A sua população era de 509 habitantes, sendo 251 do sexo masculino e 258 do sexo feminino em 1950. Em 1960 tinha 547 habitantes, mas em 1991 eram 420, e, em 2001 ali residiam 303 pessoas, das quais 152 eram do sexo masculino. A principal actividade de quase subsistência é a agricultura. Produções abundantes, só de cereais, vinho, azeite e cortiça. Romeu surge mais divulgado graças a Clemente Joaquim da Fonseca Guimarães Meneres, nascido na Vila da Feira em 19 de Novembro de 1843, mas que se instalou no Romeu onde se transformou num grande Proprietário Rural e comerciante. É graças à benemerência dele que o Romeu passa a ter escola primária, pois oferece ao estado uma casa para isso. Ali construiu o seu palacete, ficando conhecido por todo o País, como sendo as suas matas de sobreiros das maiores de nordeste e não só.
Em 1897 faz reconstruir a Capela de N.ª Sr.ª de Jerusalém. De melhoramento em melhoramento, ali foram passar férias figuras ilustres como Oliveira Salazar e Américo Tomás.
Mas também após o 25 de Abril se tornou muito procurada para almoçar no seu típico restaurante chamado "Maria Rita" que tem um Museu de Curiosidades interessante. Na aldeia de Romeu, pequena mas aconchegada, encravada no meio de matas de sobreiros, algumas hortas e pura rocha granítica, vamos encontrar ainda outros pontos de interesse: as típicas casas transmontanas, a Capela no meio da povoação, o lavadouro, a Fonte, o Jardim com bancos e mós de moinho em granito. Deixando a aldeia, e atravessando o Ribeiro, com o Monte Chedo na parte esquerda, bem assim o caminho velho, passamos pela Carriça e pelo Vale Murganho, monte onde está o cemitério. Junto à estrada que de Mirandela vai para Bragança, encontramos os aglomerados Jerusalém do Romeu e Vale Couço (aldeia Transmontana melhorada). Vemos o Palacete dos Meneres bem assim as suas divisões de casarios, cada um com sua função, e os armazéns. Na parte de Vale Couço, está a Casa do Povo junto ao Ribeiro, a Capela mais acima e o Largo da Alegria, a Rua Marcelo Lago, o arco de passagem de comboio, o café no Largo do Terreiro do Paço e o Centro de Dia. A velha estação de comboio da linha do Tua/Bragança está há muito abandonada.
Vimieiro é uma aldeia anexa que tem poucas habitações e poucos habitantes. Totalmente ruralizada, o aglomerado cresceu à volta da Capela que data de 1790, e das casas apalaçadas da Sr.ª da Capela, para o lado de baixo, e dos Morais Sarmento para a parte de cima. Nesse Largo enorme é que se passa o essencial da aldeia: é ali que se juntam debaixo da sombra de uma frondosa árvore; é ali que passam com os animais e lhes dão de beber; é ali que as senhoras vão lavar a roupa nos lavadouros apropriados; é também ali que vão buscar água muito fresca e de um paladar agradável. Pois lá está a Fonte granítica com a data de 1744 e os tanques na parte de baixo. Mas, apesar de pouca gente, são muito acolhedores, e ainda tinham entre eles em 1996:1 carpinteiro, 10 jornaleiros, 6 negociantes, 3 pastores, 1 padeiro e 1 sapateiro. Acrescente se que Vimieiro cresceu e construiu as suas novas habitações junto da estrada que vai para Bragança, e que agora ficou mais sossegada com a construção do IP4.
In III volume do Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto Durienses, coordenado por Barroso da Fonte.
Sem comentários:
Enviar um comentário