A associação raiana RIONOR anunciou hoje que vai apresentar ao ministro-adjunto, Pedro Siza Vieira, as reivindicações para as populações da fronteira com um pedido de um pacto nacional para desenvolver estes territórios.
A RIONOR (Rede Ibérica Ocidental para uma Nova Ordenação Raiana) nasceu de um movimento criado em Bragança e junta portugueses e espanhóis, que nos últimos quatro anos têm discutido os problemas das zonas de fronteira nos Conselhos Raianos, em parceria com autarquias e outras entidades como o Instituto Politécnico de Bragança (IPB).
As resoluções/recomendações desses conselhos serão apresentadas, na terça-feira ao ministro-adjunto do primeiro Ministro, Pedro Siza Vieira, numa reunião em Lisboa, segundo Francisco Alves, presidente da Rionor.
A relação dos agricultores com a gestão das áreas protegidas, como o Parque Natural de Montesinho, em Bragança, tem sido uma das preocupações desta associação, que nasceu de um movimento cívico, criada numa aldeia do parque, Varge, com o propósito de incentivar a participação cívica das populações dos dois lados da fronteira.
As acessibilidades são outra das preocupações da RIONOR e Francisco Alves lembra que "algumas resoluções/recomendações saídas dos Conselhos Raianos foram recentemente aprovadas nos executivos de entidades" como a Comunidade Intermunicipal (CIM) Terras de Trás-os-Montes e o Eixo Atlântico.
Entre essas resoluções, que serão apresentadas ao ministro-adjunto, estão as ligações ferroviárias entre Trás-os-Montes e Zamora, conexões rodoviárias transfronteiriças, aeroporto regional de Bragança e ainda as redes digitais de comunicação de dados.
A delegação que se desloca, na terça-feira, a Lisboa, constituída por dirigentes da RIONOR e presidente do IPB, Orlando Rodrigues, "pretende sensibilizar o Governo para a importância económica de muitas destas medidas".
"Uma delas é a da reposição das antigas vias férreas do Tua e do Sabor e a ligação a Espanha", apontou, sublinhando que "este projeto implica a suspensão imediata da construção de ecopistas no leito das antigas vias férreas e cujo retorno económico todos reconhecem que será irrelevante".
A RIONOR lembra ainda que, com a ligação entre a linha de alta velocidade Madrid/Galiza e a linha do Douro, para além do desenvolvimento dos polos industriais de Mirandela, Macedo de Cavaleiros e de Bragança, "os habitantes de Madrid ficarão a duas horas de distância" desta zona raiana.
A associação entende que este cenário "constitui uma oportunidade ímpar para a revitalização económica dos territórios raianos, facto que ninguém ainda conseguiu refutar".
Para a concretização destas infraestruturas, a RIONOR "defende que é necessário estabelecer um pacto a médio e longo prazo entre todas as forças autárquicas e a sociedade civil, sendo essa a única forma de garantir junto dos governos de Lisboa, de Madrid e de Bruxelas os respetivos financiamentos".
Agência Lusa
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