Trata-se de investimentos plurianuais, como explicou hoje à Lusa o presidente da Câmara, Fernando Barros, alguns dos quais o autarca espera que tenham início este ano, mas que vão prolongar-se para os próximos anos.
A maior parte dos projetos previstos destinam-se a barragens para regadio que o presidente da Câmara classifica como “o maior investimento desde sempre ligado á agricultura e ao desenvolvimento rural” neste concelho transmontano.
A barragem Redondo das Olgas é o maior projeto do concelho, orçado em mais de 10 milhões de euros, com o projeto pronto e em avaliação pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), e que irá regar 600 hectares e beneficiar 250 agricultores das zonas de Freixiel e Vieiro.
Parte deste empreendimento beneficia o Vale da Vilariça, e é para esta zona agrícola que estão previstos mais dois projetos de regadio, resultado de uma parceria entre os municípios de Vila Flor e Alfândega da Fé, que partilham o vale ainda com Torre de Moncorvo.
As entidades competentes já deram parecer favorável ao alteamento da barragem da Burga e construção de outra barragem na ribeira do Cerejal, onde está prevista um investimento global de 9,3 milhões de euros.
Outro projeto em parceria entre os dois municípios contempla um investimento de 1,3 milhões de euros na expansão da barragem de Santa Justa.
O município de Vila Flor disponibilizou uma verba de 270 mil euros para reabilitar a estação elevatória do Salgueiro, mais um investimento no regadio do Vale da Vilariça.
O abastecimento de água à população tem também reforço previsto com mais de um milhão de euros para resolver problemas na zona norte do concelho de Vila Flor.
No plano do município está também a preparação de uma candidatura para a ampliação da zona industrial e investimentos em obras para melhorar as condições na escola secundária, e retirar material com amianto dos edifícios de três infantários.
No ano de 2021, o autarca quer concluir o espaço Encontro de Artes Graça Morais, que será aberto à criatividade tendo como patrono a pintora natural do concelho de Vila Flor.
Fernando Barros espera também concluir as obras no edifício dos Paços do Concelho e iniciar a mudança do tribunal dali para uma antiga escola primária que será reabilitada para a Justiça.
A pandemia centra também as atenções do plano municipal deste município que, em 2020, investiu 300 mil euros, em medidas de apoio às empresas e comércio locais.
O município de Vila Flor continuará a aplicar a taxa mínima de 0,3% de IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) e a devolver aos contribuintes do concelho a totalidade dos 5% a que tem direito no IRS (Imposto sobre o Rendimento Singular).
“É um orçamento muito realista, mesmo em ano de eleições”, afirmou o autarca, sublinhando que já não se lembra de fazer um empréstimo bancário, para ilustrar “a saúde financeira” da Câmara Municipal.
As grandes opções do plano e orçamento foram aprovados pela maioria socialista em reunião de Câmara e na Assembleia Municipal e com os votos contra da coligação PSD/CDS-PP “Acreditar Vila Flor”.
A oposição entende que o plano até tem obras estruturantes, nomeadamente a barragem das Olgas, como disse à Lusa Pedro Lima, que considera, no entanto que “é mais do mesmo”.
“Não demonstra uma adaptação às condições atuais, em primeiro lugar a pandemia. Devia existir um planeamento mais arrojado e mais abrangente para proteger os negócios locais”, considerou.
A oposição critica a concentração para este ano de “21” do “maior número de inaugurações possível” de obras “constantemente adiadas”.
Para Pedro Lima, o orçamento para 2021 “é eleitoralista a pensar na reeleição” do presidente Fernando Barros, a quem acusa de não ter “um plano específico” para Vila Flor.
Sem comentários:
Enviar um comentário