A arqueóloga Mónica Salgado explica que os resultados das escavações poderão indicar que ali existiu uma vila romana.
“Encontrámos algumas estruturas, partes de um edifício, temos quatro compartimentos identificados, um deles tem ainda um derrube que vai selar toda a estrutura e surge associado a muitos fragmentos cerâmicos, como imbrices e tégulas, também algum vidro romano o que poderá indicar a existência de uma vila romana naquele local”, explicou.
Depois de estudada, a estrutura foi novamente coberta e os vestígios cerâmicos poderão ter vários destinos. “Teremos de informar a Direcção Geral do Património Cultural e dependendo do que decidir podem ser entregues à reserva do espólio arqueológico em Bragança, ao Museu do Abade de Baçal ou mesmo ficar na aldeia de Alfaião se forem criadas condições para receber o espólio”, adiantou.
Os achados foram postos a descoberto durante uma prospecção arqueológica realizada junto à capela da Sr.ª da Veiga de Alfaião, onde vão ser realizadas obras.
“Há uma intenção dos mordomos de fazer uma intervenção naquele local, melhorar as estruturas existentes para dar maior conforto aos visitantes e aos romeiros. Uma das coisas que é preciso fazer é prospecção arqueológica, nomeadamente num sítio como a veiga de Alfaião, onde têm aparecido imensas peças ligadas à romanização”, explica o padre António Estevinho Pires, pároco da freguesia.
O presidente da junta de freguesia de Alfaião, António Batista, explica que estes achados contribuem para confirmar a presença romana naquela localização, onde anteriormente já tinham sido encontrados outros vestígios daquela época, como moedas, vestígios cerâmicos e uma também estela funerária.
“Para nós, naturais de Alfaião, é sempre com agrado que ficamos a conhecer um pouco mais da nossa história, das nossas raízes e tradições. É sempre com orgulho e satisfação que constatamos que, nesta terra, já há pelo menos 1600 anos tem havido aqui populações a habitar. Estou convencido que pelo potencial agrícola destas terras, que são férteis e têm água”, sublinha. Outro indicador de que os romanos se podem ter ali estabelecido é a existência de águas termais, a que muito recorria aquele povo.
Estima-se que naquele local tenha existido na época romana uma povoação com entre 600 a 1000 pessoas.
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